Abraço-te, pois o sentimento é mais forte. Nossas esperanças parecem vacilar, numa separação tão forte. Foram embora nossos melhores amigos, calorosos amigos desde sempre. Tornaram-se um dos nossos pontos de referência. Não conseguimos conter as lágrimas e a tristeza. Longas foram as noites e dias em que nós os quatro nos divertimos. Abandonamos a estação do Arco do Cego, dissimulados por entre a multidão que se apressa para não perder o autocarro. Lágrimas causadas pelas separações não são estranhas nesses locais. Observo estático uma mãe que chora desalmadamente pelo filho que parte, seu corpo fardado não esconde um jovem com medo, medo da separação. Meu coração entra em compaixão, perplexo, quase tenho vontade de o abraçar. Sim está viva a separação em mim. "vamos beber café?" pergunto-te eu. Sentamo-nos na esplanada e conversamos. Falamos sobre aquilo que aqui descrevo. Falas-me sobre onde vamos passar o fim de semana. Sim porque estamos ainda na sexta-feira. Praia? Casa?...
Sobre tudo sobre nada. Um nada que faz parte de tudo.