O Blogalizeme nasceu sem regras nem fronteiras, como nascem as paixões. Não se ergue como doutrina nem como manifesto, porque o erotismo não cabe em molduras: é ambíguo, inquietante, cheio de sombra e de luz. Este espaço não se dedica a definir o que é o erotismo, mas a insinuá-lo. E insinua-se em metáforas, em hipérboles, em versos que ora se confessam, ora se escondem. Não há aqui a pretensão de explicar o indizível: há, sim, a vontade de partilhar o gesto íntimo de quem escreve e a liberdade de quem lê.
Foi em 2003, nas páginas do SAPO (outro blog), que se abriu a primeira janela: O Universo Blogalize. O projeto nasceu tímido, mas depressa ganhou corpo através das palavras e do olhar dos leitores. Em 2006 encontrou no Blogger o espaço que lhe permitiu crescer com mais leveza, passando a chamar-se Blogalizeme. Desde então, o caminho tem sido contínuo, feito de prosas e versos que falam do amor e da paixão, da sedução e do quotidiano, sempre com a marca de uma escrita por vezes atrevida, realista, poetica ou por vezes desconexa.
Mas os poemas do Blogalizeme não se ficaram pela página. Anos mais tarde, muitos deles foram musicados, ganhando voz e melodia, como se a poesia pedisse naturalmente para ser cantada. Palavras que nasceram em silêncio tornaram-se canções, transportadas por acordes e ritmos que lhes deram um novo corpo. O lirismo transformou-se em som, e aquilo que começou como intimidade ganhou uma dimensão partilhada, viva, quase ritual. A poesia erótica encontrou, assim, uma nova pele na música.
O erotismo, afinal, sempre inspirou a criação. Ele atravessa séculos e culturas, reinventando-se a cada tempo. No Portugal do século XVIII, Bocage arriscou versos atrevidos que, ainda que satíricos, eram também libertários, zombando de uma moral castradora. Em Espanha, Goya pintou a célebre Maja Desnuda, tão ousada na sua frontalidade que foi apreendida pela Inquisição, mas sobreviveu para se tornar ícone da liberdade do corpo. No Antigo Egipto, Cleópatra transformou a sedução em arte política, subjugando impérios através do fascínio que despertava. Na Grécia clássica, Apolo representava a perfeição estética, enquanto Nefertiti, no Egipto, foi exaltada como arquétipo da beleza. E muito antes de todos eles, as Vénus pré-históricas, figuras femininas roliças talhadas em pedra, já revelavam a ligação entre desejo, fertilidade e poder criador.
Cada época moldou o erotismo ao seu modo: ora como pecado, ora como doença, ora como arte ou divindade. Hoje, entre tabus e liberdades, continuamos a descobrir nele a mais intensa das forças humanas porque o erotismo é, em essência, a celebração do ser.
No Blogalizeme, a poesia é esse corpo onde o erotismo se veste de palavras. Ela não se limita a nomear, mas sugere; não expõe de imediato, mas convoca o leitor a completar o que se oculta. A poesia erótica não é pornografia, não é carne exibida: é gesto, é silêncio, é olhar, é o arrepio que antecede o toque. É, como dizia Baudrillard, “um poder mítico e cheio de fascínio”, que se alimenta do segredo e da espera, e nunca da posse imediata.
E porque o erotismo não vive sem o amor, aqui ele surge como companheiro inseparável. Amar é abrir-se ao outro, dissolver a solidão, partilhar sonhos e prazeres. No encontro amoroso, nasce uma cumplicidade que transcende o quotidiano, uma fusão de desejos que se torna criativa e transformadora. O amor é também sedução, e a sedução é também poesia: são formas de tocar o indizível e de recriar o mundo a dois.
O Blogalizeme é, por isso, mais do que um conjunto de textos: é um espaço de encontro entre o íntimo e o universal, entre a memória e a imaginação. É uma celebração da palavra enquanto corpo, e do corpo enquanto palavra. Um blog quase erótico, sim, mas sobretudo humano.
Aqui, os poemas nasceram em versos, transformaram-se em canções e continuam vivos em cada leitor que os acolhe. Porque viver é também seduzir, e escrever é sempre uma das formas mais intensas de amar.
E, no entanto, eu não quero comparar-me com esses grandes da história, nem nada que se pareça. Afinal, sou apenas um ponto minúsculo no infinito, uma voz entre muitas, que gosta de falar para quem gosta de ouvir. O Blogalizeme não se coloca ao lado dos ícones da literatura ou da arte, mas respira humildemente na margem, onde a paixão encontra espaço para florescer. E se esses versos e canções, mesmo pequenos, conseguirem tocar um coração, despertar um desejo, ou simplesmente fazer sorrir quem lê ou quem ouve, então já terão cumprido o seu destino.
Foi em 2003, nas páginas do SAPO (outro blog), que se abriu a primeira janela: O Universo Blogalize. O projeto nasceu tímido, mas depressa ganhou corpo através das palavras e do olhar dos leitores. Em 2006 encontrou no Blogger o espaço que lhe permitiu crescer com mais leveza, passando a chamar-se Blogalizeme. Desde então, o caminho tem sido contínuo, feito de prosas e versos que falam do amor e da paixão, da sedução e do quotidiano, sempre com a marca de uma escrita por vezes atrevida, realista, poetica ou por vezes desconexa.
Mas os poemas do Blogalizeme não se ficaram pela página. Anos mais tarde, muitos deles foram musicados, ganhando voz e melodia, como se a poesia pedisse naturalmente para ser cantada. Palavras que nasceram em silêncio tornaram-se canções, transportadas por acordes e ritmos que lhes deram um novo corpo. O lirismo transformou-se em som, e aquilo que começou como intimidade ganhou uma dimensão partilhada, viva, quase ritual. A poesia erótica encontrou, assim, uma nova pele na música.
O erotismo, afinal, sempre inspirou a criação. Ele atravessa séculos e culturas, reinventando-se a cada tempo. No Portugal do século XVIII, Bocage arriscou versos atrevidos que, ainda que satíricos, eram também libertários, zombando de uma moral castradora. Em Espanha, Goya pintou a célebre Maja Desnuda, tão ousada na sua frontalidade que foi apreendida pela Inquisição, mas sobreviveu para se tornar ícone da liberdade do corpo. No Antigo Egipto, Cleópatra transformou a sedução em arte política, subjugando impérios através do fascínio que despertava. Na Grécia clássica, Apolo representava a perfeição estética, enquanto Nefertiti, no Egipto, foi exaltada como arquétipo da beleza. E muito antes de todos eles, as Vénus pré-históricas, figuras femininas roliças talhadas em pedra, já revelavam a ligação entre desejo, fertilidade e poder criador.
Cada época moldou o erotismo ao seu modo: ora como pecado, ora como doença, ora como arte ou divindade. Hoje, entre tabus e liberdades, continuamos a descobrir nele a mais intensa das forças humanas porque o erotismo é, em essência, a celebração do ser.
No Blogalizeme, a poesia é esse corpo onde o erotismo se veste de palavras. Ela não se limita a nomear, mas sugere; não expõe de imediato, mas convoca o leitor a completar o que se oculta. A poesia erótica não é pornografia, não é carne exibida: é gesto, é silêncio, é olhar, é o arrepio que antecede o toque. É, como dizia Baudrillard, “um poder mítico e cheio de fascínio”, que se alimenta do segredo e da espera, e nunca da posse imediata.
E porque o erotismo não vive sem o amor, aqui ele surge como companheiro inseparável. Amar é abrir-se ao outro, dissolver a solidão, partilhar sonhos e prazeres. No encontro amoroso, nasce uma cumplicidade que transcende o quotidiano, uma fusão de desejos que se torna criativa e transformadora. O amor é também sedução, e a sedução é também poesia: são formas de tocar o indizível e de recriar o mundo a dois.
O Blogalizeme é, por isso, mais do que um conjunto de textos: é um espaço de encontro entre o íntimo e o universal, entre a memória e a imaginação. É uma celebração da palavra enquanto corpo, e do corpo enquanto palavra. Um blog quase erótico, sim, mas sobretudo humano.
Aqui, os poemas nasceram em versos, transformaram-se em canções e continuam vivos em cada leitor que os acolhe. Porque viver é também seduzir, e escrever é sempre uma das formas mais intensas de amar.
E, no entanto, eu não quero comparar-me com esses grandes da história, nem nada que se pareça. Afinal, sou apenas um ponto minúsculo no infinito, uma voz entre muitas, que gosta de falar para quem gosta de ouvir. O Blogalizeme não se coloca ao lado dos ícones da literatura ou da arte, mas respira humildemente na margem, onde a paixão encontra espaço para florescer. E se esses versos e canções, mesmo pequenos, conseguirem tocar um coração, despertar um desejo, ou simplesmente fazer sorrir quem lê ou quem ouve, então já terão cumprido o seu destino.

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