Uma mente burlesca



William Bouguereau
Invading Cupid´s Realm 1892


Posterior ao encontro mundano
e a tua franqueza explícita
tivemos uma visão intrínseca
do mundo e do ser pioneiro.

O corpo, um desígnio da decrépita percepção verbal[*],
estranhíssimo à alma gigantesca;
uma mente burlesca;
resultante do sentimento intemporal.

Uma malícia que se esconde na memória;
Um sorriso instigante nos lábios da vida;
Um reflexo da existência nunca esquecida;
O sentido melancólico de glória.

Gerúndio do tempo;
Da espiral espaço-temporal,
Cronologia sem igual
Assaltando-nos em tormento.
Vai-se a vida,
Da nossa alma, querida.
É uma vida, vivida e sofrida,
do presente ao passado,
recordado de bom grado,
como um mistério revelado.

Senti esse sabor, perdido no tempo. Com um gesto secular (como a sensação de viver um momento durante séculos), vislumbro a noite que há-de vir. Premeditando ou profetizando, sou o que sou e gritarei versos poeticos para suavizar a carícia. Indignados, vivemos neste Fado (sorte, agouro; aquilo que tem de acontecer, que é fatal; (no pl. ) as forças ocultas que regem o destino dos homens).


[*] acto ou efeito de perceber o verbo no pretérito presente

© Mestrinho[spyvspyaeon]

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