Por vezes quero descer à terra, mas no escuro
respiro e não percebo, sou como se não fosse,
só há sombras que dançam e ruídos em redor.
E pergunto por que desço, por que me procuro
sem ciência nem método, por que tomo posse
da noite, quando é o dia que é nítido e tem cor.
Porém, de dia nem tudo é perfeito, há medos
que enchem de névoa os olhos. E o desespero
alastra como densos laivos de tinta numa tela;
tudo escurece e alimentas mágoas e segredos,
escondes tudo o que dentro de ti é sincero,
num esgar encurtas o horizonte na tua janela.
É triste quando o dia se intersecta com a distância,
em ímpetos de frequências aparentes e calmas…
quando noite e dia se olham e não se compreendem.
Mesmo unindo-nos um sentimento em consonância,
de facto “Há dias em que as nossas almas
realmente se amam, mas não se entendem…”
respiro e não percebo, sou como se não fosse,
só há sombras que dançam e ruídos em redor.
E pergunto por que desço, por que me procuro
sem ciência nem método, por que tomo posse
da noite, quando é o dia que é nítido e tem cor.
Porém, de dia nem tudo é perfeito, há medos
que enchem de névoa os olhos. E o desespero
alastra como densos laivos de tinta numa tela;
tudo escurece e alimentas mágoas e segredos,
escondes tudo o que dentro de ti é sincero,
num esgar encurtas o horizonte na tua janela.
É triste quando o dia se intersecta com a distância,
em ímpetos de frequências aparentes e calmas…
quando noite e dia se olham e não se compreendem.
Mesmo unindo-nos um sentimento em consonância,
de facto “Há dias em que as nossas almas
realmente se amam, mas não se entendem…”
O poema "Há dias em que as nossas almas realmente se amam, mas não se entendem…" explora a complexidade das relações humanas e os sentimentos contraditórios que podem surgir entre duas pessoas. Através de uma linguagem poética e introspectiva, o eu lírico reflete sobre a dificuldade de comunicação e a distância emocional que, por vezes, pode existir mesmo em meio a um amor profundo.
A autora (Lia Lemmi) evoca imagens de escuridão e sombras, sugerindo momentos de confusão e incerteza. Apesar de haver um amor verdadeiro, as almas dos amantes não se compreendem totalmente, resultando em uma sensação de desespero e melancolia. O poema destaca a luta interna entre a busca por conexão e a realidade de estar separado por barreiras invisíveis.
A dualidade do dia e da noite é utilizada para ilustrar essa tensão: o dia, que representa clareza e cor, contrasta com a noite, simbolizando a confusão e a falta de entendimento. A ideia de que as almas se amam, mas não se entendem, ressoa com muitos leitores, refletindo a complexidade das emoções humanas e a dificuldade de comunicação que pode existir mesmo nas relações mais íntimas.
Em suma, o poema capta a essência dos sentimentos humanos, levando o leitor a contemplar a beleza e a dor do amor, com todas as suas nuances e desafios.
© Lia Lemmi @ Blogalize 2004.12.16
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