2.11.2005

Império dos sentidos

Ontem estava assim:



Sou cavaleiro que chega na calada da noite, montado em sonhos de esperança, iluminado pelas promessas do amor e abraçado pela dor. No teu olhar procuro o teu leito, que me aquece na gélida noite em que bati na tua porta. Na noite escura em que agasalhaste no doce calor da tua ternura a minha armadura.
Por quê me deixaste neste leito? Tenho frio...
Olha para os meus olhos, que escorrem lágrimas de sangue. As lágrimas soltas pela tua ausencia são salgadas, sabem à saudade.
Como foi curto este amor e é tão longo o seu esquecimento...




Hoje acordei, transformei este pesadelo em esperança. Abracei a vontade de viver o presente no caminho de um futuro. Senti o cheio de um momento infinito. O momento em que voltei a abrir o meu coração a uma nova vida, na esperança de cobrir e pisar esse sentimento nefasto que assola a minha existencia.
Hoje sou um principe mas não sou encantado. Conquistei o meu castelo, dominei a minha princesa. Hoje sou imortal com este poder de viajar entre o real e a fantasia. Reinaremos neste império de Amor, não eternamente mas para sempre.


Hoje estou esperto, ágil e selvagem....

Moldei-me com a experiência.



Mesmo assim afirmo com palavras que não são minhas, mas com o sentimento que o é.


“O beijo nasceu quando o primeiro réptil macho lambeu a primeira réptil fêmea, significando com isso, de maneira sutil e elogiosa, que ela era tão suculenta quanto o pequeno inseto que ele jantara na véspera”

(F. Scott Fitzgerald)

© Mestrinho

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2.04.2005

Luar





Esta noite ofereço-me,
noite doce de luar,
ao entrelaçado do silêncio
onde busco o teu corpo que fala.
Os versos que banham a tua forma
numa silenciosa poesia.
Mesmo quando estás pedra macia,
onde gravo a minha euforia
com demasiada precisão.
A história multicolor com ambições de voar.
Na praia esquecida pela água do mar,
nossos corpos cairam no inquietante desejo.
O corpo que como pétala frágil
uma paixão que corre nos lábios,
nessa carne tão humana.
Carne elouquente de viver.
Ter-te nos braços
é como um uivo de liberdade.
Nessa noite de luar soube o que escrever,
mas não pude compreender,

E então...

Lanço esta paixão ao fogo, o instrumento,
Fruto de um sentimento passageiro,
Bebemos o nosso complemento,
Brindamos ao encontro do momento,
O cheiro do amor solto no vento,
Aquela força que a embaraça,
Um nobre sentimento que despedaça.

© Mestrinho

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