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Mensagens

A mostrar mensagens de fevereiro, 2006

Inabalável esperança

Photo by `noir (2002-2006) Quando por ti passo, na tua praia, E observo tua silhueta, Envergonhada, deitada n’areia, Quando por ti passo, E esbracejas um sorriso, O sorriso que contém O mistério perverso do compromisso. No trampolim dos sonhos, Tu te rebaixas e rebolas Desejosa de colo. Colo, que eu nunca tive És só uma Mulher que vive. Com a alma envergada Para o dia da vigília, alma velada. E agora que o corpo entorpece Veio a luz clara, como a teia que se tece. A vida que queremos ter antes de viver A vida sofrida de querer, difícil de antever. Como o arco-íris e as suas tintas Coloridas, com formas distintas. Agora que jaz pálida Na essência do dom material Na força do prazer carnal Sem esquecer que eram assim Este esplendoroso jardim Chora e cobre-te de luto Desse amor passado devoluto Deita na minha cama Diz-me agora a quem amas Planta em ti uma semente Da esperança fundida de desejo demente Mostra o teu lado selvagem Assume-te com coragem Porque assim desejaste E a minh´alma enc...

Prognóstico da saudade

A alma hoje fala… Fala de predição, de uma saudade recolhida. De um segredo, um mistério por aclarar, Reflexo de uma existência nunca esquecida Revivido na memória, para aclamar. Malícia da memória onde se esconde o inicio, Memória dos tempos que não se apaga. A força do “querer” nos tempos de outrora, Faz sentir a melancolia, tão intensa que afoga este justificativo que perdoa o esquecimento, agora. Vai-se a vida Vivida Sofrida Compreendida Vai-se a geração, Vão e vêem pessoas, Umas más, outras boas Revela-se segredos, Descobrem-se desejos. Conhecem-se sombras escondidas, Outras compelidas. Uns com sonhos presentes, Outros com intentos dementes. Daquela mulher amada, Fruto desta recordação, declamada. Que foge ao presente que atormenta, E revive o passado que ao futuro alimenta. Vai-se a vida Nesta memória premissa, presente e futura, Sempre com “ar” de que dura. Alimentando de vida sua própria existência, esta saudade. -x- "Prognóstico da Saudade" é uma obra poética de Mest...

Na Teia

Primeiro não havia nada Nem mesmo o fino fio da navalha Nem sentido nem o pensamento obtuso Estava completamente confuso Pois não havia nada, Senão o espírito de tudo Quando vislumbrei as curvas que tomam forma de uma diva Espírito de tudo e que priva Torna-se o verso e reverso De tudo que é o universo Neste primeiro olhar Assim que passei a desejar Tudo quanto não havia neste Sentimento de alegria Assim passou a haver Num determinado dia Vendo-te ali deitada tão calma e serena tive vontade de deitar ao teu lado, mesmo com a alma pequena sinto o meu olhar distante, observando teu corpo nu, sorri suavemente. abrindo os olhos e a fitar... Confundir corpos, sentir inteiro, sem medo e sem pudor movimentos lentos e ritmados a loucura de amar. Nesta carne sobre a carne gravada numa tatuagem um só corpo, uma só carne Da serpente no cio sedução do prenúncio do íntimo do desejo. Sobre a cama nudez envolvente que paira sobre a mente o delírio do destino As mãos que descobrem os segredos os lábio...