10.31.2005

Empatia gramatical


Adolphe-William Bouguereau (1825-1905)
Love Has Flown 1901



Nunca despi de mim,
Este sentimento sem fim,
das minhas defesas,
minhas fraquezas,
meus medos,
palavras mal ditas,
bem pensadas, mal escritas.

Leio o teu corpo de cima a baixo.
Já entendo essa gramática,
livre de semântica.
Encerra teus lábios nos meus
quando estes gemidos ecoarem fundo.
Eu, tu e nós,
no desejo profano e atroz
desse teu corpo necessitado de afecto,
cheio de vida e completo.
O silêncio do teu sorriso
que corre do ínfimo ao pleno gozo.
Palavras perdidas,
jamais esquecidas.
Sentimentos contidos.


Contigo, sinto-me ...
sem fôlego,
respiro,
inspiro,
expiro,
Intoxico,
Exalo,
Emito,
Espiro,
Lanço,
Dissipo,
Volatizo,
Solto,
Expando,
Torno,
Dilato,
Difundo,
Espalho,
Estendo,
Propago,
Manifesto,
Desabo,
Quebro,
Parto,
Colho,
Solto,
O Opaco..
É sempre um prazer lêr-te...


Tango da vida.

© Mestrinho

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10.28.2005

Abstracto


Adolphe - William Bouguereau
The Return of spring 1886


O amor é cego e isso não nego.

Pairam ascendentes seduções.
Suaves recordações.
Invisíveis fontes puras
Acordam na memória viajante.
Aquele olhar radiante

Saudade
Sensível
Arrepios simples

Forro íntimo do sentimento

Gesto silencioso
Que se projecta no peito
Ardor nostálgico
murmúrio terno
seiva melancólica
Aquele olhar radiante
Alimento da sensualidade.

Do fetiche ao abstracto
O corpo, é significado;
a possibilidade da fantasia.
O conter da utopia à metátese*
O poema nunca fala de um louco;
É escrito por ele próprio.

Amar é enlouquecer, ou simplesmente sentir um brisa no olhar.
Um olhar que penetra e chega onde quer e conquista.
Amar é envolver-se, é deixar-se conquistar...

....é simplesmente viver o momento.

* transposição dos termos de um raciocínio do qual se deduz uma consequência.


© Mestrinho

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10.22.2005

Tributo a Ísis


Foto - Autor desconhecido

Calor que invade o corpo,
tão suave e doce como um poema
ou como poesia de amor,
revitaliza no leitor,
Um dilema:
Mais húmido que maresia,
sentimento de poeta, poema ou poesia?
Enigma envolvente pela magia.

Tudo indica o sentido do poema,
desta vida cheia de versos,
com muitos "picos" e retrocessos,
persistente à especulação,
inquietante.
Talvez fosse o sentimento do poeta
Que no meigo olhar desperta,
Convertendo lágrimas em diamante.

Palavras rabiscadas p´lo criador de escritos,
tecendo um fio fino de luz,
não tão belo como o poema/dilema,
Na mais perfeita harmonia, juntamos;
o condimento,
Solto em forma poema/talento
Vejo um poema nascer
E este sentimento crescer

Ou então que fosse ela
A desejada *Ísis,
Que fala em suaves versos
Deixa tudo em harmonia
O Poeta, poema e poesia
O desejo se torna ardente,
E deixar-se envolver pela magia,
Pelos delírios que arrepiam a pele.

O corpo estremece...
E, as mãos... escrevem.
Para dissipar este dilema.


*Ísis personifica o infinito erotismo do desejo por um amante ausente. A sua união sexual com Osíris simbolizou o bem-estar do mundo, a sua perda a destruição e um período de seca e de trevas”

© Mestrinho
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10.13.2005

Adultério a Nefertiti


Percorri os infindáveis e os recônditos cantos da minha memória e encontrei a mais bela das recordações, inspirado no papiro escrito por Akhenaton (Faraó do Antigo Egipto). Regresso ao passado e deleito-me na beleza de:



Fonte de inspiração e admiração.
Corri milhares de palavras e vocábulos
Para transmitir essa admiração.
Transcrevo-me em singelos versos
sobre viagens e sentimentos controversos.

Arquitetei um murmúrio no meu leito,
Doce e fresco lábio
Como murmúrio, com jeito
de sentimento sábio,
invade o peito...

O olhar que deixa fascinado,
rendido,
mexido,
remexe
e aquece,
enfeitiça
e atiça,
sonho na formosura dos teus labios.

O olhar que atravessa,
e arremessa,
medido,
e deixa impedido,
de sentir compreendido;
Pelo sentimento compelido.

O olhar que investiga,
Intriga,
castiga e penetra,
vê e lê.
A boca que intui,
possui e atrai,
orienta e atormenta,

Absorvo este desejo.
sereno,
ameno,
ansioso,
caprichoso,
pudico,
abstrato,
insensato,
intenso,
na tênue luz...
que vem do teu olhar.

Ó Mulher adorada, sombra de séculos de beleza imutável. Desejada pelos mortais, escravos por ti!


© Mestrinho 1993
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