Percorri os infindáveis e os recônditos cantos da minha memória e encontrei a mais bela das recordações, inspirado no papiro escrito por Akhenaton (Faraó do Antigo Egipto). Regresso ao passado e deleito-me na beleza de:
Fonte de inspiração e admiração.
Corri milhares de palavras e vocábulos
Para transmitir essa admiração.
Transcrevo-me em singelos versos
sobre viagens e sentimentos controversos.
Arquitetei um murmúrio no meu leito,
Doce e fresco lábio
Como murmúrio, com jeito
de sentimento sábio,
invade o peito...
O olhar que deixa fascinado,
rendido,
mexido,
remexe
e aquece,
enfeitiça
e atiça,
sonho na formosura dos teus labios.
O olhar que atravessa,
e arremessa,
medido,
e deixa impedido,
de sentir compreendido;
Pelo sentimento compelido.
O olhar que investiga,
Intriga,
castiga e penetra,
vê e lê.
A boca que intui,
possui e atrai,
orienta e atormenta,
Absorvo este desejo.
sereno,
ameno,
ansioso,
caprichoso,
pudico,
abstrato,
insensato,
intenso,
na tênue luz...
que vem do teu olhar.
Ó Mulher adorada, sombra de séculos de beleza imutável. Desejada pelos mortais, escravos por ti!
-x-
"Adultério a Nefertiti" é uma obra poética que mergulha nas complexidades das relações amorosas, abordando o tema da traição com uma perspectiva lírica e introspectiva. O título já sugere um encontro entre o antigo e o contemporâneo, evocando a figura histórica da rainha Nefertiti, que simboliza beleza, poder e mistério. A escolha desse ícone faraônico para ilustrar a temática do adultério traz um peso simbólico, como se a traição fosse uma experiência atemporal, presente em todas as eras.
No poema, Mestrinho explora as emoções conflitantes que acompanham a infidelidade. Através de uma linguagem rica e poética, o autor captura a tensão entre desejo e culpa, amor e traição. Ele retrata a figura do amante com uma mistura de fascínio e repulsa, convidando o leitor a refletir sobre as motivações que levam alguém a buscar um amor fora dos limites de um compromisso. A narrativa revela não apenas os anseios do protagonista, mas também a dor e a confusão que surgem dessa busca por conexão, que muitas vezes é impulsionada por insatisfação ou solidão.
As imagens criadas no poema são vívidas e evocativas, permitindo que o leitor visualize o cenário e sinta as emoções da experiência descrita. A comparação com Nefertiti sugere uma busca por um amor idealizado e perfeito, contrastando com a realidade da traição, que é imperfeita e cheia de consequências. A rainha, com sua beleza eterna, se torna um símbolo do amor platônico e do desejo inatingível, enquanto a traição se revela como uma falha humana, algo que, apesar de ser doloroso, é parte da experiência da vida.
Ao longo do texto, Mestrinho utiliza um tom confessional, permitindo que os sentimentos de arrependimento e desejo sejam expressos de maneira honesta e crua. Essa vulnerabilidade torna o poema ainda mais impactante, pois o autor não apenas narra uma história de adultério; ele também investiga a psique humana, questionando o que leva as pessoas a desviarem de seus compromissos e a buscarem novas experiências emocionais.
O poema termina com uma reflexão sobre as consequências do adultério, tanto para o traidor quanto para a pessoa traída. Mestrinho sugere que a traição não é um ato isolado; ela gera um ciclo de dor que afeta todos os envolvidos. Assim, "Adultério a Nefertiti" não é apenas uma exploração do desejo e da infidelidade, mas também uma meditação sobre as complexidades das relações humanas, a busca por amor e o inevitável confronto com a moralidade.
Em suma, "Adultério a Nefertiti" é uma obra que transcende o ato da traição para abordar questões universais de amor, desejo e culpa. Através de uma linguagem poética e reflexiva, Mestrinho oferece ao leitor uma visão profunda e multifacetada sobre a natureza do adultério e suas repercussões, fazendo com que cada verso ressoe com a experiência humana de maneira intensa e significativa.
© Mestrinho 1993
Comentários
Tou a ver que encontro aqui outro amigo fascinado com estas coisas... ;)
E essa fascinação com Nefertiti, foi muito bem exposta...
Beijokas.
P.S. Fizeste uma confusãozinha, eu com 6 anos não escrevia assim, lol, mas sim... há 6 anos ;)
Quem era essa Rainha? Nefertiti dirigia o clero feminino e nesta função conquistou o carinho e a admiração do povo. Soube canalizar este sentimento popular de modo a fortalecer o carisma de seu marido diante do Egito...
O meu poema “Adultério a Nefertiti” é inspirado nesse poema de Akhenaton, que trancrevo.
"Aspiro o delicado hálito da tua boca.
Todos os dias admiro a tua beleza.
Desejo ardentemente escutar a tua doce voz,
mesmo quando tem a forma do vento do norte,
a fim de que os meus membros rejuvenesçam pelo teu amor.
Dá-me a mão e faz que eu receba o teu espírito
e que eu viva através dele.
Chama eternamente pelo meu nome
e ele jamais será esquecido."
Pelos vistos também andas a tirar coisas do "baú" e ainda bem que o fizeste. Conhecia vagamente a história dela e fica-se sempre a saber + um pouquinho... ;)
Com que então paixão platónica, lol
Brincadeirinha...
Jocas
(a esta hora não dá para mais ;))
Bjos
Muito prazer em ler-te e saber que és gente de bom gosto. Muito grata pelas palavras que me escreveste...
Já cá tinha deixado um comentário a propósito do "tem dias"... dizendo que há dias em que entramos em mundos fantásticos, como este. (o comentário não ficou registado, devo ter feito algum procedimento errado)
Voltarei mais vezes.
vou já a correr dizer à Cicuta, ela tem uns ciúmes da Nefertiti que até vai ficar verde com o teu artigo. Mas que dizem que a Mulher era uma belesa, isso é verdade...lol
Beijos imensos
Beijocas da Lidi