6.02.2009

Regresso as origens


Adolphe-William Bouguereau (1825-1905)
Nymphs and Saytr 1873


Ah, minha menina,
Que vieste assim, tão de repente,
Que dominaste por completo.
As mais belas coisas me ensinaste,
De saudades estou repleto
Me provocas,
Abres as janelas...
E do desgastado passeio cheio de limo,
Colho pedaços imperdíveis da infância
Onde vimos as sombras dos grandes pinheiros...
O cheiro forte das abelhas sorvendo o néctar
Como o néctar de Vénus precipitando o mel
Sentimento amplificado
De passado sagrado...?

Ah, minha menina,
Velhos dissabores evaporam.
Anseios desvanecem
Foi como ontem as aventuras,
Perfumadas de travessuras.
Foi como ontem alma gentil,
guardei esta paixão que não dormiu

Ah, minha menina,
Hoje será o abraço forte, a emoção
Poderá ser uma contradição,
Ver-te assim menina madura
Em corpo de Mulher segura.
Dilacerando a saudade
Num beijo sem piedade.

Sonolento,
cantava esta canção
e ouvia.
O doce relógio da vida
E que logo marcaria mais uma volta.
Sem retorno


© Mestrinho
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5.25.2009

Um sopro afável


Photo: Nicola Ranaldi

Do louco cavalgar quedou o sopro afável.
A respiração profunda entre o silêncio contagiante,
das noites de amor sem tréguas
O amor insaciável, aquele excelente.

O amor é louco… só louco…
No desfilar da sedução, dos tremores, e suores
Minh' alma brilha no teu sorriso fenomenal
Uma brisa leve como o sopro afável, sem igual.

Lembraste do sopro?
Das nossas loucuras, sem censuras,
a descobrir movimentos mágicos
Em posições frenéticas e loucas?
De alma e mente perdido na tua boca.
Nas noites de amores sem trégua
Onde não há lugar para as mágoas
Lembraste do sopro?
Debaixo dos lençóis, os nossos ruídos
Produzindo um acorde maravilhoso
O som saindo de nossos lábios sedentos
Emitindo palavras de carinhos e malícia?
Lembraste do sopro?
O arrepio em choques térmicos, que delícia.
Das nossas mãos atrevidas, a percorrer nossos corpos,
Tocado pelos dedos de um artesão.
Arrancando suspiros de arrepios.
Que molda sem igual a ardente paixão.

É claro que lembras... como poderias esquecer,
Sopro afável.

Um momento que não se apaga,
Que deixa imagens impregnadas,
Molduras retratadas….

Lembras, lembras?

… O sopro afável,
que soa como melodia…
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5.15.2009

Rasgos de (In)sanidade


Nicola Ranaldi


Das novas vias para velhos caminhos,
Como um mergulho no mar da escuridão.
Faz do dia o que faria com o meu, com carinho.
Abre novos olhos, olhos de aurora,
Cristalinos e vivos,
Sempre como foram outrora

Não chores!
Sobrará sempre tempo para ouvir o lento lamento.
Porque a vida será uma vítima
E a ambição será a inveja!
Agora...
Faz do dia uma união com a noite, um pacto,
Quente, morno e eterno.

Sonha...
E vem ao meu castelo encantado,
Veste-te de medieval,
Transparente, transeunte, indignada, coerente
e letal.
Come lascivamente,
Sem tabu, come docilmente.

Vem...
Estende tua mão.
Dá-me o teu desejo.
Vem, exorcizar.
Dá-me a boca
E a rosa louca.
Um beijo
E um raio de sol.
Nos teus cabelos,
Como um brilhante.
Explode em sete cores
Revelando então os sete mil amores
Que eu guardei somente pra te dar


© Mestrinho
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5.12.2009

Uma mente burlesca



William Bouguereau
Invading Cupid´s Realm 1892


Posterior ao encontro mundano
e a tua franqueza explícita
tivemos uma visão intrínseca
do mundo e do ser pioneiro.

O corpo, um desígnio da decrépita percepção verbal[*],
estranhíssimo à alma gigantesca;
uma mente burlesca;
resultante do sentimento intemporal.

Uma malícia que se esconde na memória;
Um sorriso instigante nos lábios da vida;
Um reflexo da existência nunca esquecida;
O sentido melancólico de glória.

Gerúndio do tempo;
Da espiral espaço-temporal,
Cronologia sem igual
Assaltando-nos em tormento.
Vai-se a vida,
Da nossa alma, querida.
É uma vida, vivida e sofrida,
do presente ao passado,
recordado de bom grado,
como um mistério revelado.

Senti esse sabor, perdido no tempo. Com um gesto secular (como a sensação de viver um momento durante séculos), vislumbro a noite que há-de vir. Premeditando ou profetizando, sou o que sou e gritarei versos poeticos para suavizar a carícia. Indignados, vivemos neste Fado (sorte, agouro; aquilo que tem de acontecer, que é fatal; (no pl. ) as forças ocultas que regem o destino dos homens).


[*] acto ou efeito de perceber o verbo no pretérito presente

© Mestrinho[spyvspyaeon]
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5.01.2009

Há dias em que as nossas almas realmente se amam, mas não se entendem…

Por vezes quero descer à terra, mas no escuro
respiro e não percebo, sou como se não fosse,
só há sombras que dançam e ruídos em redor.
E pergunto por que desço, por que me procuro
sem ciência nem método, por que tomo posse
da noite, quando é o dia que é nítido e tem cor.

Porém, de dia nem tudo é perfeito, há medos
que enchem de névoa os olhos. E o desespero
alastra como densos laivos de tinta numa tela;
tudo escurece e alimentas mágoas e segredos,
escondes tudo o que dentro de ti é sincero,
num esgar encurtas o horizonte na tua janela.

É triste quando o dia se intersecta com a distância,
em ímpetos de frequências aparentes e calmas…
quando noite e dia se olham e não se compreendem.
Mesmo unindo-nos um sentimento em consonância,
de facto “Há dias em que as nossas almas
realmente se amam, mas não se entendem…”

© Lia Lemmi @ Blogalize 2004.12.16
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11.06.2008

Distorção cognitiva



Photo: Unknown
Effect: Mestrinho

Da elaborada síntese,
Eis que surge,
O manifesto, o esboço,
de forma muito inesperada,
como que perdida pela estrada.
Riscada de uma grafite,
brilhante e deslumbrante.
Onde surge o infinito
da matéria compactada
Onde nasce o Big Bang,
somente em quantidades definidas.
Apenas em números inteiros,
Proporcional ao liquido
Do meu tinteiro.

Não, não é apenas
uma vontade condimentada
nem uma ideia inventada.
Nem uma gramática semântica,
ou uma equação quântica.
É apenas um sentimento que,
aflora pela pele,
Um sentido puro,

Quando...
No inicio de tudo...
Ela aparece,
Ela que surge de rompante
e serpenteia pela mente,
este sentimento demente.
Que causa o movimento impulsivo,
E o pensamento conclusivo.
Do gesto às palavras,
perdura o incitável,
O verso doce,
A palavra que embala,
O gesto que não acaba.
Entendes agora porque
é insustentável o sentimento
de tornar o momento,
Um infinito desejo de bem estar?

Pleno de Amor, pleno de paixão...
Delineados em contornos,
Rabiscos e coriscos,
reservados em palavras e actos
Mesmo quando é do conhecimento,
ela que retrata a alegria,
reflecte a magia
no sentimento breve da demagogia,
Que causa o sorriso que contagia.
Escondida dentro de mim (ou bem visível)...
Mesmo que eu pudesse,
Como evitar?
Como dedilhar?
Como deixar-se não encantar?

Que bela visão fica guardada,
antiga e persistente,
ao tempo, ainda presente.
neste turbilhão de desejos,
Embebido na mão da tempestade.
Que palavras poéticas
teriam melhor ética?
Que palavras
seriam mais susceptíveis à atenção,
A sentir esse brisa suave que bate no coração.

Verbalizo o desejo,
Incandescente
e cruel como o sentido exacto,
Enquanto ato e desato,
As sílabas que fluem,


Imagino e decifro
O voo, a viagem.
Assim tão brusca, assim tão elementar
e faço deste monólogo
o centro irónico
deste universo,

E....

Enquanto penso,
O mundo gira,
regendo-se as suas Leis.
Pactuando,
na forte curvatura da carne
e da letra que descreve,
o encontro ao cabelo,
ou na noite.

Será...

No ombro azul da noite?


* Distorção cognitiva - acto de distorcer, adj., relativo à cognição. s. f., acção de adquirir um conhecimento.

© Mestrinho 6 de Outubro de 2006

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7.08.2007

Come-me



Ainda não sei
Nem quando nem onde
Mas se estás com fome
Vem
Segura
Me come

Podes ainda esperar
Que ainda
Vou-te penetrar
Nem que para já seja
Com o olhar

Entrar em ti
É amar-te
Por ser macho
Pego-te com o laço
Piso-te como um capacho
Faço e refaço

Até que
Vencido pelo cansaço
Rasgo teu cabaço
E em ti me desfaço.
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3.10.2007

O verso do verbo





Três circunstâncias têm o verso do verbo.
Tem conceito, harmonia e sentido…

Tem conceito: consequentemente,
para dizer que é rítmico e o acento
sabe à música na alma…

Tem harmonia: consequentemente,
palavras que dão forma às melodias,
graves ou agudas…
Melodias na alma que enche o ego,
a quem lê e a quem escreve.

Tem sentido: pela razão,
palavras que expressam sentimentos,
narram histórias,
com a fantasia do verbo,
que vai da prosa ao reverso…

Genuíno e com sentimento,
o verbo chega profundo na alma,
com magnitude estrondosa,
do verso até a prosa.
O verbo que voa livre...


… Porque livre é o verso e livre será a alma!
Livre é o verbo de escritos novos,
com dizeres sábios dos povos.
Onde, revivem mil histórias,
histórias de vidas e de glórias…
Histórias do amor,
com alegria e dor.
Que detalha com calma
A música que vai na alma…

As história que narraram sobre a chave do sol,
com palavras de afeição, esse sussurro nas frases
ecoando épocas doces, outras melodias,
pois, livre será sempre o sonho…
... Porque livre está o verso!
Que com riqueza nas ideias,
dá largas à imaginação, transformando
a canção na luz e no sentimento.
Livre está o verso do verbo
e com ele estará o amor!


© Mestrinho 4 de Março 2006

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3.08.2007

Armada de sedução


Foto - Jaeda De Walt


No limiar de tudo o que era esperado,
em forma astuta foi revelado
que ela tem código,
ela tem técnica.
Posso despejar toneladas de tinta,
sem conseguir escrever uma frase completa,
lembrar que és como a Água,
fonte de subtil desejo.
Adora "devorar" por completo e
fazer da Terra o Fugaz desejo,
Mulher armada de sedução,
cheia de Ar, alma e ambição
que no beijo se completa,
o fogo ardente que consome,
que finge ser apanhada e no fim
lança o derradeiro ataque.

Verdadeiramente.
És armada de sedução.

Post recolocado para homenagear o Dia da Mulher... (Falta de tempo!)

© Mestrinho[Eca]

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2.08.2007

Uma historia de amor...

Por Adam Martinakis Explore Photo Realistic Surrealism

Em verso livre, harmonia e sentido…
consequentemente,
soltam-se rimas,
ou talvez não,
para dizer em ritmo,
da música à alma.
Consequentemente,
das palavras que dão forma,
que do nada se transformam em tudo,
palavras que narram a história,
à feição dela,
com sonoridades sábias.

Mas a jovem,
nesse momento transgride,
os seus ideais, mil vezes sonhados.
quando chega, profunda na alma,
tal como ela suspira,
“É liberdade, possuir,
por momentos fortes,
com sensualidade de seda,
como uma Histórias de amor,
uma história cheia de melodias.”
São estas palavras de afeição,
esse sussurro nas frases,
que nos dá um “ar” de perfeição.
Não esquecendo,
os sentimentos vergonhosos(bons, não?),
consequentemente,
da causa ao efeito, onde...
nem tudo é pensado,
sentido,
escrito,
descrito,
captado,
respondido.

Gosto quando ela,
aparece e transparece a beleza,
aparência, charme e encanto,
com riqueza nas ideias,
com mestria nos gestos,
com os seus poderes hipnóticos,
que deixa confuso,
em estado caótico,
querendo voar,
como um avião de papel,
saltar e brincar.
Ela faz de mim,
Um menino mimado,
acolhido e acarinhado.

© Mestrinho 8 Fevereiro de 2007
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2.05.2007

Será estar apaixonado por aquilo que se vive a melhor garantia de juventude?


Uma curiosidade nasceu deste encontro. Mas nunca teria eu pensado no que viria a seguir. Os meus pensamentos que tinham partido para as praias onde se transformavam no elemento vento. Sonhava com o espaço do mar, com a força das velas, com a proa que assalta as vagas como uma faca que aponta em frente. A noite desceu enquanto o mar subia e se escavava. Um som de ondas quebradas contra as rochas, a oscilação e vaivém nas ondas. No clarão imperceptível que a lua derrama pela escotilha, eu distinguia o teu corpo que era como que um mar por cima de ti.

Segui em tua direcção e perguntei:
- Viste o meu recado?

Sorriste e fizestes que sim com a cabeça. Retribui o sorriso e não soube o que fazer. Sabia que uma mulher é uma flor frágil, que talvez só possa ser colhida de madrugada, nos dias de muito orvalho quando a lua veio acariciar a pele clara, poli-la durante durante a noite de dar uma beleza de marfim ou de pérola.
Abriste a mensagem para ti destinada, dobrada em quatro, voltaste a ler mas desta vez em tom claro, alto e ressonastes em um som agradável.
"Ao ver-te deitada, senti vontade de te olhar sem me apressar. Ocupando o lugar do sol, pus a minha cabeça no meio do céu e lá de cima passei o meu olhar dos teus cabelos à ponta dos dedos dos pés. Que bela viagem me fazes fazer entre este dois espaços! Saber-te adormecida deu-me liberdade de me demorar onde bem me entendia. Os teus lábios são uma flor de beijos. Quando poderei poisar neles os meus por tempos infindáveis? A tua boca é uma delícia. É por si só um festim. Para os teus lábios, quando os beijo, convido todos os cúmplices dos teus sonhos, um pedaço de mar, arredondados, sedosos e molhado.
Às vezes, pareces estar aí conectada ao presente, cheia de vontade de ser amada a tua humanidade. Às vezes, pareces fugir, evadir-te, recusar-me. Como és rebelde.
Os desejos fortes, evidentes, indispensáveis: gosto de ti, bela mulher, gostaria de ti ainda que não fosses bela. Quando agora te examino de perto com os meus binóculos, és uma ilha onde desejo ir. Gosto do sabor e do contacto da tua pele. Esta noite quero atracar na tua ilha de sonhos, na tua fonte de desejos."
Dobraste o papel em quatro, recalcando os vincos, tomamos de assalto este sentimento.
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1.22.2007

Amor lirico [Lunático]

Entoar em cântico
alegre, fresco e resplandecente.
Na chama ardente
O desejo esplêndido,
magnificente e abastado.
Que persiste em desafiar
e sempre a querer escapar.
Como a onda que bate, estremece
e o fio de teia tece.
Como se não foste encontrada em parte alguma,
mesmo que impressionante e desvairada.
Mesmo que derretida em fluxo quente.
Seja amor puro seja vontade eloquente.

Um aroma
Um ícone
A sua força

Emaranhada na face do caminhante,
muito mais que um pensamento
reflectido na mente,
guia do amor terreno.

Um suspiro
A revelação
A percepção
O Arrepio dos pés à cabeça

Voltar a entoar em cântico
é libertar essa escravização
com uma divina intervenção.
E guiá-lo em direcção a ela.
Sentada no seu trono,
Com os olhos virados para a estrela
mais brilhante.
Mirando o cavaleiro,
criador da vibrante ressurreição.
De olhar sensível e distante.
Que no preciso momento
em que Deus escolheu
o principio de tudo no mundo

Ele fala ...

Nos cânticos
Nas canções
Na excitação
Do corpo a alma.

© Mestrinho 26 de Maio de 2006



Sugestão: Gotan Project em Lisboa dia 6 de Julho no Coliseu dos Recreios.
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7.18.2006

Desejos


Photo: Sensual touch
Author: unknown


Por razão desta consciência.
Nasceu a consequência
Fruto de uma resistência,
A causa da mente aberta...
Um desejo, como a saudade que aperta.

Em forma meio desconexa
Descreverei actos complexos
Falarei de tudo sobre o teu sexo.
Como uma chave na fechadura
Um prazer que dura,
sim, na tua boca,
na tua pele,
na onda dos teus cabelos,
nos teus pêlos,
Dar-te-ei gargalhadas,
quando um suspiro teu, brotar rouco
da garganta,
fugindo pela língua, pelos lábios,
esse teu expressar sábio,
que voa directo aos meus sentidos.
causado a chama que arde trémula,
dar-te-ei a minha ávida masculinidade
que se mesclará com a tua feminilidade
de seda, no reino da fertilidade...
Beber-te-ei essa paixão, no teu suor,
na boca que vasculha
nas tuas pernas entrelaçadas,
nas mãos, nas ancas astutamente,
em jeito de afinidade, desejo,
puro, simples, na pele e no teu cheiro.
Para ti preciso ser tarado, louco, atrevido, alucinado.
Preciso ter encanto, magia e meiguice no olhar
Preciso ser um cavalheiro
Um Homem por inteiro
Preciso ser um sonhador
O que te leve ao delírio
Que te trate como uma mulher, amada e amante
Que te trate como uma menina mimada
Que te dê colo e afague os cabelos entre beijos
Que te dê a loucura desvairada
Que te olhe todas a manhãs de cabelos despenteada
No silêncio deste morno entardecer.
Pois de ti só preciso essa afirmação de Mulher,
Para te penetrar no corpo,
no cheiro no teu desejo
E antevejo
A tua carícia violenta,
o acto que condimenta,
os delírios insanos.
Que invade com calor
Onde em cada recanto do corpo
palpita o desejo,
do teu corpo branco e sensual.
Colho a húmida flor, inquieta.
E ao caminho das curvas, a língua
que maliciosamente, busca a verdade,
Do aroma morno da intimidade e
êxtase desordenado...

Adoro-te pelo dia...
Amo-te de noite
Sou a tua loucura... o teu desatino...
Brinca comigo e deixa-me...
Encantado...
Deleitado...
Um escravo...
Selado, lacrado, domado...
Quando na elipse da tua vulva
se dá o encontro casual
do meu lábio no teu, prazer cordial.

De pele nua,
surge o apelo que insinua,
na boca desperta
que se esfrega na tua.
De peito aberto,
O toque que incendeia...
Como a chama contida
Que o teu corpo irradia!!
Na pele,
na boca,
na carne linda e nua,
brilham gotas
o néctar da tua flor...
Deixam rastros,
como os caminhos da vida...
E que tornam a vida,
um sonho de amor..


© Mestrinho 8 de Junho de 2006

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6.08.2006

Ela


Photo: Keith Nicolson

Hoje,
Ela vem
inteira,
magnifica,
completa,
e transmutada.

Agarra-a.
Vive-a
Diverte-a
Lentamente
Gentilmente
Provocado-a
Loucamente


Em êxtase
Reflectido
de delírio
e condimento.
O AMOR.
Apreciado em
cada ínfimo momento

Nas marcas indissolúveis,
Do dia em que o sentimento nasceu,
para respirar o ar perfumado[.]
Ainda que fora de antever,
eis que surge o sinal acto inconsequente
do desejo que devora o ser.

E na noite escura em que se transformou
na simples, cativante e misteriosa
[salva de açoites que fazem a alma sangrar]
Julgara-se tocada pelo inebriante
perfume másculo.
Julgara que de repente, num instante,
transformar-se-ia em um espectro,
diluído em espaços jamais explorados.
Em mundos de cores
com perfumes,
sabores
e amores.

Eis então...
que abocanhada de um só impulso.
Provou do doce pecado,
em tons de música, tango e fado.

[Embriagadas palavras, faladas na ponta da língua.]
Palavras desconexas,
palavras do sentimento conciso.

© Mestrinho 8 de Junho de 2006

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5.20.2006

Anatomia de um sorriso




Em tempos de tristeza
Colhi do passado um fresco alento
De jovens em fase de intento
Que nas frustrações,
desesperos e ilusões.
Palidamente, desistira da eternidade
Desistira de tocar o infinito
Sei bem que não me compreendes.
Sei bem que já estive mais perto do entendimento.
E o único que sinto
É este momento.
E tudo o que tenho para respirar
É o breve alento, o de te amar
Porque cedo ou tarde
Tudo pode acabar.
doce saudosismo
que aparece como um cismo
E torna o pensamento em um cataclismo.

A Mulher
A debilidade.

Docemente recordo-me
Dos tempos vividos
Dos sentimentos queridos
Das situações causadas
Dos nossos caminhos pelas estradas,
Da vida
Das nossas cumplicidades conhecidas.

O coração
A emoção

Em jeito de lobo mal
Boca grande
Que excita
Que convida
Ao acto selvagem.
O desejo animal,
O prazer carnal
Desta força fenomenal
Não houve amor igual.
Vem, volta ao calor intenso
Tenho a certeza que ele será imenso.

© Mestrinho 20 de Maio de 2006

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5.11.2006

[Inexorabile] Matéria Abstracta



Inexoravelmente, a matéria abstracta do amor, não é apenas uma idéia inventada pela mente humana.
"Não existe meio de verificar qual é a boa decisão, pois não existe termo de comparação. Tudo é vivido pela primeira vez e sem preparação. Como se um actor entrasse em cena sem nunca ter ensaiado. Mas o que pode valer a vida se o primeiro ensaio da vida já é a própria vida ?
É isso que faz com que a vida pareça sempre um esboço. No entanto, mesmo "esboço" não é a palavra certa; porque um esboço é sempre um projecto de alguma coisa: a preparação de um quadro; ao passo que o esboço que é a nossa vida não é o esboço de nada. É um esboço sem quadro." [Milan Kundera]



Mesmo que fora do conhecimento,
Antes do principio do fim
De tudo o que retrata a alegria,
Escondido dentro de mim ...
(ou bem visível)

Mesmo que eu pudesse,
como evitar a lágrima atrevida do passado?
Tudo deveria valer pelo que é demonstrado...
E ecoa o sentimento passado...
Mesmo que eu quisesse me livrar,
Por onde começaria?
O que ficaria?
Se o desconhecido,
No fundo,
É escuridão..
Afinal o que é isso que persiste
no meu coração?


Inexoravelmente, faz pouco tempo, deparei-me de uma forma muito inesperada, com o meu passado. Não se tratou de sonho, nem ilusões, simplesmente existiu algo que ainda não [In]defini, chamado “águas passadas”. Mas será esta realidade um sonho? Mesmo assim ainda guardei uma bela visão de ti, antiga e persistente ao tempo, essa paixão.
Hoje quero apenas sentir esta nostalgia, e nada poderia ter impedido, apenas sentido. Destas palavras condimentadas com todos os temperos, saborosos e amargos, transformam-se na glorificação e perdura por tempos infindáveis. Pensei muito no que passou e não consegui prever aquilo que ainda está para vir. Neste presente quero apenas, e se não for pedir muito de ti, alcançar o inesperado, o inevitável, o inexplorado. Neste presente talvez seja uma gota de chuva que cai e refresca esta ardente [com]paixão. Como ousa esta alma entrar atrevidamente nas minhas emoções, com ousas olhar-me assim nos olhos, vendo-me no passado.

Uma gota que escorre descontroladamente dos meus olhos. Neste presente existe algo que difere o presente e o passado... E isso não tenho dúvidas. Sentimento desvairado de tempestuosa vontade de explodir em sorriso e lágrimas. Que sentimentos contraditórios, estarei a beira da [lou]cura? Só sei que este lado racional não consegue convencer o coração teimoso.

Milan Kundera tinha a verdadeira razão, a vida é um esboço, um esboço do nada, sem quadro. Entendes agora porque este é insustentável o sentimento imperdível de viver pleno de Amor? Existem coisas que não sabemos que sabemos. Como isso é possível?


© Mestrinho 14 de Maio de 2006

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5.03.2006

Metamorphosis



Video por spyvspy aka Mestrinho (video produzido em 2009©)

No pálido fresco das árvores que dançam ao sopro do tempo
Lá fora a terra seca bebe na mão da tempestade,
Suspiros e anseios dissolvidos pelo vento
Colho nesta manhã fresca o beijo, a tua castidade
E se isso não é pouco, apaparico a tua vaidade,
Leve e fresco como uma brisa do mar
Um “ar” de devaneio veio para ficar
E no doce embalar das ondas
e ficar assim indignado por uma mudança
Assim tão brusca, assim tão elementar.

Conta-me os teus mais secretos desejos
Os sonhos mais escondidos, os anseios
Fala-me por onde andam as lágrimas
Transporta-me para as ilusões
Vestidas da tua nudez
Vamos reviver tudo outra vez
Antes que o nosso amor seja silenciado
Num Amor louco como amor desesperado
Livres, leves e soltos,


Que palavras poéticas
trariam melhor ética
Que palavras,
seriam susceptíveis a atenção
merecendo todas essas frases críticas.

Enquanto questionava,
transportava nos gestos
o limiar das palavras que brotavam
da boca. Incandescentes
e cruéis como o sentido exacto
das suas origens.
Decifrava e fazia do monólogo
no centro irónico do universo,
com um sentimento travesso.

© Mestrinho

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4.26.2006

Antídoto de agonia


Photo: Marisa Caichiolo

Destas ínfimas imagens,
gravadas nos limos da memória
que compõe os versos desta história
Fiquei calado,
de corpo e alma, abraçado,
ensombrado pelo não aproveitamento
de todas as delícias do momento abstracto.
Do acto que admite os mecanismos do desejo
sobra o gesto espontâneo sobre as sete chaves,
deste enigma, pairam a respectivas claves
da fechadura que cede
e por todas as direcções se perde.
Aquele cheiro que flutua no ar
solto, liberto, a divagar
Interessante Mulher em carne
deixa o coração que arde.
Que no grito de voz humana
no fundo do ser emana.
Este doce truque de magia
O verdadeiro antídoto de agonia.

Por isso…

Preparo com amor e com carinho
Em fogo brando
Tempero levemente com o orégãos
Cubro de alecrim
Saboreio aos poucos
Aqui e agora, este
Desejo é de loucos.

Antes que possas perceber
O que está a acontecer
Preparo novamente
Corro em tons suaves e roucos
Devoro aos bocados
Admirando, a "presa" nos meus braços
nesse doce devaneio,
consumido antes do cansaço.

Terminado o ritual
Em acto glorificado
Cruzamos nossas almas
Pensamos em harmonia [Tem dias…],
pois cometemos o delito sem pressas,
nas calmas.

No cálice, sorvemos a seiva da feliz alma que deixa o coração a palpitar.
Sentimento em turbilhão,
como a força de furacão.

Desejo, profundamente...

Alimento...

Guardarei um pouco de ti, pois amanhã ainda é dia.

© Mestrinho

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4.22.2006

Deus de mim.


by Adrian Bischoff


Sentir indiferente a esse olhar
Provocador, insensato, insano...
Todas as manhãs colho esses fresco ar.
Afinal sentir assim sedento de ti, é humano.

Beleza de Mulher em policromia,
Acarinhada no semblante real,
Desejada por um artesão,
Que com sua mão, te molde sem igual.

Sentes o medo epidémico de que a nossa glória talvez fosse a nossa destruição...??
Ou talvez não ....

"Está escuro lá fora e, penso, que é hora
De cavalgar pelos desfiladeiros selvagens
De atravessar a Terra dos Gigantes,
Se eu não voltar com ela,
O terrível Gigante ter-nos-á destruido a ambos.
Só assim a nossa paixão será eterna."


Eu, deus de mim próprio, quero provar o doce pecado apocalíptico, a ti, deusa* de ti própria.


fig., mulher adorável pela sua grande formosura ou pela sua nobreza de apresentação.

© Mestrinho

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4.20.2006

Policromo




O teu olhar denuncia,
o desejo alongado
dos poros que vertem magia,
fico pensativo e corado.

Numa promessa silenciosa,
de ilimitadas caricias,
desfaço e descubro,
atreves, jogas, atiças,
e a pele eriça.

Nossas bocas incendeiam,
e em fogo, condimenta,
pouco a pouco, colhendo,
o néctar que alimenta.

Sinto o teu cheiro,
boca desejosa, lingua dormente,
Lábios que sentem, mordendo,
Numa fúria tão envolvente,
como a paixão ardente,
Cai, descansei no teu ventre.

Minhas asas batem em vôo livre
quando desço os desfiladeiro
do devaneio.
Quero que fiques
na minha imaginação
em castelos de principes,
castelos de areia
castelo no coração.

Nos meus pensamentos mais secretos,
fantasias d´outros tempos
num mundo encantado,
com mágicos, fadas e duendes
num cenário imaginado,
eu sei bem que me entendes.

Vôo livre solto como o vento,
toco, sinto e invento.
crio uma moldura quente ou fria
um sonho repleto de prazer
colhido pela fantasia,
faço o que bem entender
sou [Quase]poeta e escrevo poesia
quero brincar, quero crescer

© Mestrinho

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Regresso as origens

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