Photo: Sensual touch
Author: Fabian Perez
Por razão desta consciência.
Nasceu a consequência
Fruto de uma resistência,
A causa da mente aberta...
Um desejo, como a saudade que aperta.
Em forma meio desconexa
Descreverei actos complexos
Falarei de tudo sobre o teu sexo.
Como uma chave na fechadura
Um prazer que dura,
sim, na tua boca,
na tua pele,
na onda dos teus cabelos,
nos teus pêlos,
Dar-te-ei gargalhadas,
quando um suspiro teu, brotar rouco
da garganta,
fugindo pela língua, pelos lábios,
esse teu expressar sábio,
que voa directo aos meus sentidos.
causado a chama que arde trémula,
dar-te-ei a minha ávida masculinidade
que se mesclará com a tua feminilidade
de seda, no reino da fertilidade...
Beber-te-ei essa paixão, no teu suor,
na boca que vasculha
nas tuas pernas entrelaçadas,
nas mãos, nas ancas astutamente,
em jeito de afinidade, desejo,
puro, simples, na pele e no teu cheiro.
Para ti preciso ser tarado, louco, atrevido, alucinado.
Preciso ter encanto, magia e meiguice no olhar
Preciso ser um cavalheiro
Um Homem por inteiro
Preciso ser um sonhador
O que te leve ao delírio
Que te trate como uma mulher, amada e amante
Que te trate como uma menina mimada
Que te dê colo e afague os cabelos entre beijos
Que te dê a loucura desvairada
Que te olhe todas a manhãs de cabelos despenteada
No silêncio deste morno entardecer.
Pois de ti só preciso essa afirmação de Mulher,
Para te penetrar no corpo,
no cheiro no teu desejo
E antevejo
A tua carícia violenta,
o acto que condimenta,
os delírios insanos.
Que invade com calor
Onde em cada recanto do corpo
palpita o desejo,
do teu corpo branco e sensual.
Colho a húmida flor, inquieta.
E ao caminho das curvas, a língua
que maliciosamente, busca a verdade,
Do aroma morno da intimidade e
êxtase desordenado...
Adoro-te pelo dia...
Amo-te de noite
Sou a tua loucura... o teu desatino...
Brinca comigo e deixa-me...
Encantado...
Deleitado...
Um escravo...
Selado, lacrado, domado...
Quando na elipse da tua vulva
se dá o encontro casual
do meu lábio no teu, prazer cordial.
De pele nua,
surge o apelo que insinua,
na boca desperta
que se esfrega na tua.
De peito aberto,
O toque que incendeia...
Como a chama contida
Que o teu corpo irradia!!
Na pele,
na boca,
na carne linda e nua,
brilham gotas
o néctar da tua flor...
Deixam rastros,
como os caminhos da vida...
E que tornam a vida,
um sonho de amor..
O poema "Desejos" de Mestrinho é uma obra intensamente sensual que explora a temática do desejo amoroso e da intimidade física e emocional entre duas pessoas. Com uma linguagem rica em metáforas e imagens evocativas, o autor cria um ambiente vibrante que captura a essência da paixão e do anseio.
A estrutura do poema é marcada por versos que fluem como um diálogo íntimo, onde o eu lírico expressa sua vontade de se conectar profundamente com o ser amado. Desde o início, é evidente que o desejo não é apenas físico, mas também uma busca por uma conexão emocional intensa. O eu lírico fala sobre a consciência do desejo como uma força que permeia não apenas momentos de proximidade, mas também a vivência cotidiana, manifestando-se em pequenos gestos e olhares.
Através de descrições vívidas, Mestrinho evoca a sensualidade dos corpos, referindo-se a partes do corpo de maneira poética, como a boca, a pele e os cabelos. Essas partes são apresentadas quase como elementos de um ritual de amor, onde cada toque e cada suspiro são carregados de significado. O poema sugere que o desejo é algo que se experimenta com todos os sentidos, envolvendo o leitor em uma atmosfera de prazer e entrega.
Os sentimentos de intensidade e urgência são palpáveis nos versos, permitindo que o leitor sinta a chama que arde entre os amantes. A linguagem é tanto carinhosa quanto apaixonada, refletindo a vulnerabilidade que vem com a entrega total ao amor e ao desejo. O eu lírico revela seu anseio de ser não apenas um amante, mas também um cúmplice na jornada do outro, buscando momentos de ternura e paixão.
Além disso, o poema também reflete sobre a busca por prazer e a liberdade de se deixar levar por sentimentos profundos e incontroláveis. Essa entrega ao desejo é vista como algo natural e essencial à experiência humana, uma celebração da sensualidade que transcende o mero ato físico, tornando-se uma expressão de amor e conexão.
Em conclusão, "Desejos" é um poema que mergulha nas profundezas do anseio amoroso, apresentando uma visão delicada e apaixonada da interação entre duas almas. Mestrinho, com sua habilidade poética, consegue capturar a essência do desejo em toda sua plenitude, convidando o leitor a refletir sobre suas próprias experiências de amor e intimidade. É uma obra rica em emoções, fazendo com que cada verso ressoe com a experiência universal do amar e do desejar.
© Mestrinho 8 de Junho de 2006
Comentários
Imagens mto bem conseguidas, as palavras chegam à mente repletas de sabores, cheiros e já agora, tesão. Uma tesão mental e fisica, expressa em palavras corridas, ao sabor do desejo que se desdobra.
Gostei mto como sempre,
Beijos
Manefta
Que texto de sedução, volúpia, desejo, paixão, loucura e entrega.
Mágica alquimia da arte sagrada de amar. Os cinco sentidos à flor da pele com o sexto a entrelaçar as almas.
Beijo
Que saudades tinha de ler estes teus textos!... Não tenho tido tempo nenhum para visitar os meus cantinhos preferidos, mas não esqueci os amiguitos! Sempre que puder, cá estarei, para me encantar com as tuas palavras!
Bjs
Lu Costa
Também queria avisar que tem post novo no meu blog!
http://orientalspice.blogspot.com
Beijos...
Chegara há pouco naquela cidadezinha perdida nas matas das Gerais.
Médico recém formado, dono dos invejáveis vinte e cinco anos de idade; época da vida em que se é rei e não se percebe.
Fora contratado para trabalhar no Programa de Saúde da Família, trabalharia na zona rural, num pequeno distrito longínquo da sede do município.
Nos primeiros dias, a notícia de que havia um jovem doutor se espalhou pela cidade, alvoroçando o coração da moças casadoiras e namoradeiras do lugar.
Extasiado com tanto assédio, começou a ter o prazer de ser bajulado e cortejado por todos na pequena cidade.
Feio não era, até pelo contrário, mas era tímido. Muito tímido por sinal.
E isso o impedira de ter tido as experiências com o sexo oposto comuns à sua idade e a “posição social” que atingira, de repente.
Família pobre, estudando com todas as dificuldades que são lugares comuns nesse país das injustiças, conseguira se formar com muito sacrifício de todos, inclusive dele.
No Rio de Janeiro, enquanto seus colegas saíam à noite, nas baladas cariocas, ele ficava em casa estudando ou dando plantões e mais plantões para ajudar a pagar a faculdade.
Mulheres? Não as teve, exceto uma ou outra namorada que, ao perceberem que o namoro se resumiria a um cinema no final da tarde ou um refrigerante na porta da faculdade, rapidamente iam “cantar em outra freguesia”.
Uma das coisas que o médico do Programa de Saúde da Família tem que fazer são as visitas domiciliares.
Normalmente, na zona rural, a realidade é muito diversa da que estão acostumados os urbanos doutores.
A simplicidade e a pobreza são lugar comum; mas a recepção com um cafezinho ou com a fruta da época são freqüentes. Café com guarapa, como é conhecido o caldo de cana nesses grotões.
Um bolo de fubá aparece, não se sabe como e é degustado com prazer verdadeiro e risonho.
Naquela região não era diferente, o que passou a dar ao nosso doutorzinho, uma nova dimensão de felicidade.
Numa das casas, morava uma senhora viúva com seus quatro filhos, dois meninos e duas meninas.
Maria Inês e Maria da Glória, duas meninas típicas da roça.
A mais velha, Maria Inês, com seus dezoito anos era mais tímida, escondida sobre uma mão que ocultava os dentes precocementes estragados e o sorriso doce da ingenuidade.
Mas quem chamava a atenção era Glorinha, menina ainda com seus catorze anos mal completados.
A primeira vez que a vira, reparara que ela não o olhava, sempre olhando para baixo.
A roupa de chita rasgada, mal ocultava os seios recém nascidos e rijos, seios que chamaram a sua atenção...
Os pés descalços, cheios de “bichos de pé”, diagnosticados como tungíase pelo doutor, os cabelos sujos e desalinhados contrastavam com os seios, belos seios emergindo por entre os rasgões do vestido.
Terminada a visita, o doutor retornou ao seu trabalho e à sua casa.
Nem mais se recordava da menina nem dos seios quando, um mês depois, foi comunicado de que iria retornar àquela casa.
Tudo como antes, tudo, as mesmas deficiências de vitaminas, a mesma miséria, a mesma ausência de tudo, o mesmo chão de terra batida, com os mesmos colchões e os mesmos cães dividindo o espaço com os habitantes da casa.
A única diferença que repara foi na mochila escolar esfarrapada que, a menina, enrubescida, usava por sobre o ombro direito...
Mal sabia ele que esse era o único enfeite que ela dispunha...
estás dcp pela ausencia pelo facto de teres conseguido dar uma volta completa à tua vida e estares muito diferente - para melhor, pressuponho.
Fico contente por estares contente e em paz, rijo que nem um carapau (apesar de eu gostar mais deles grelhados). :)
quanto ao teu convite à descarada, não entendi, visto eu viver em LX (a nao ser que LX não signifique Lisboa e signifique qualquer outra coisa).
Bj gd
Esta combinação entre o que escreves, e esta fantástica música dos Gotan Project, é simplesmente explosiva.
Parabéns pelo bom gosto.
Beijinho****
adoro sentir a musica e respirar as palavras...
pelo teu amar.
Tens uma forma única
de nos prender ao
teu desejo.
Seduzes como tão
bem sabes fazer.
Envolvo-me com vontade.
Continua a seduzir-me.
Bjocas
Beijo grande
Tdo bem por aki?
Passa lá na minha casa, no moon.
Kiss kiss
Moon Priestess
Alguém tem???
;)