The Lady of Shallot - 1888
Dos maiores enigmas do universo,
os sonhos e desejos que encantam,
Os lábios que enfeitiçam
O verso sangrado do verbo,
No ventre do sentimento travesso
Que sangra lágrimas constantes
Que parte e regressa
E não obstante,
Deste sentido arrebatado
Doce e fresco tango, dançado
fortemente em corpo sentido.
O verbo que anda em circulos
do sentido, o verbo promiscuo.
Almas que brincam
E os seus corpos trincam,
É como inventar o fascínio
de um grito exuberante.
O sabor delicado
do corpo nú sentado.
O gesto a ti dedicado.
Colar a tua orelha à minha boca,
é deixar-te completamente louca
Cobrir-te de carinho.
Deixar-te cheia de emoção.
É querer o verbo da paixão.
-x-
"O Verbo da Paixão" é um poema de Mestrinho que mergulha nas profundezas dos sentimentos amorosos, explorando a essência do que significa amar e a intensidade do desejo. A obra é marcada por uma linguagem poética rica e expressiva, que utiliza metáforas e imagens vívidas para capturar a natureza multifacetada do amor. Desde o início, o autor transporta o leitor para um universo onde os sentimentos se manifestam de maneira visceral e palpável, evocando a paixão que arde no coração.
A estrutura do poema reflete um ritmo fluido, quase como uma dança, onde as palavras se entrelaçam e ecoam as emoções profundas que envolvem a experiência amorosa. O verbo é personificado, simbolizando o poder da linguagem e a capacidade que ela tem de expressar os sentimentos mais intrínsecos do ser humano. A ideia de que o amor é um "verbo" sugere ação, movimento e transformação, insinuando que amar é um processo dinâmico e não estático, repleto de nuances e significados.
Mestrinho aborda o amor como um sentimento complexo que suscita tanto alegria quanto dor. A imagem dos "lágrimas constantes" sugere que a paixão pode ser acompanhada de sofrimento, uma vez que amar plenamente implica também a vulnerabilidade e o risco de se machucar. No entanto, o autor não se detém apenas nas dificuldades; a celebração da paixão é igualmente presente, retratando momentos de união e conexão profunda, onde a intimidade se revela como um território sagrado.
As referências a danças e a movimentos corporais transmitem uma sensação de sincronia entre os amantes, enfatizando como o amor pode ser uma experiência envolvente e quase espiritual. O uso de metáforas relacionadas a danças e ao corpo destaca a fisicalidade do amor, sugerindo que o desejo é tanto um impulso emocional quanto uma expressão física.
Além disso, a linguagem utilizada é carregada de sensações táteis e visuais, permitindo que o leitor visualize as interações entre os amantes e sinta a emoção que permeia cada toque e cada olhar. O amor é descrito como algo que "sangra" e "sente", revelando a profundidade da experiência emocional que os protagonistas vivenciam. Esse "verbo" da paixão, portanto, é um convite à exploração dos sentimentos, um chamado à entrega e à autenticidade nas relações.
Em suma, "O Verbo da Paixão" é uma obra que transcende meras palavras; é uma ode ao amor em suas várias dimensões, uma reflexão sobre a beleza e a dor que coexistem nesse sentimento tão poderoso. Mestrinho, com sua habilidade poética, consegue capturar a essência do amor, tornando-o uma experiência universal e atemporal que ressoa profundamente no coração dos leitores.
© Mestrinho
Comentários
FORÇ'AÍ!
js de http://politicatsf.blogs.sapo.pt e http://mprcoiso.blogs.sapo.pt
Aprendi-o na escola da vida e até agora não passei se uma misera nota! O stôr da vida disse-me que sei dizer o verbo da paixão por completo mas falta-me o mais importante que é o resultado final de um grande amor!
Fica bem!
Abraços