8.09.2005

Le Roi est mort, Vive le Roi




Breve nostagia que assola as noites,
neste grito rasgado em voz rouca.
Que recorda que de todas as vezes foram poucas,
mantendo por largos tempos o olhar afastado
do jogo de emoções das tardes quentes.

Foi Rei e morreu.

Caiu na sua própria desgraça e não disfarça
que o seu leito molhado e desarrumado já nada tem graça.
Dessa morte não sei dizer e acho que não há nada a fazer.
Dessa lágrima que desce quente e arrefece rapidamente.
Nos sonhos fracassados e não contados pela vergonha,
que o menino veio ao mundo, entregue por uma cegonha.
O ténue fio dessa breve memória, aquela registada pela história.

E enquanto o Rei estiver vivo o leito da sua Dama será sempre aquecido.

O nobre que no fino traço desenhou as belas curvas da Dama
Sobre a folha branca, deitado, corpo desnudado na cama.

Das Damas lindas como ela.
Conta-se que uma princesa bela
Numa noite de luar
No mar foi banhar.
Foi-se livrar dos seus pecados.
Dos seus feitiços e encantos
Repletos de perigos e outros tantos.
Deixando na areia, a roupa sua
Ali viu o Rei a sua Dama toda nua
Nas águas escuras banhou
O Rei sonhou e desejou
E das mãos da Dama colheu
A água fria como o breu
Fogo de uma ousadia tamanha.
Dois corpos nús, um ao outro banha
Ela admirou-se da sua fama, seu esplendor
Sua beleza, inspiração ao conquistador.
O silêncio profundo é perfeitamente audivél
O Rei morreu, viva o Rei. É incrivel.


© Mestrinho

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