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[Inexorabile] Matéria Abstracta

Inexoravelmente, a matéria abstracta do amor, não é apenas uma idéia inventada pela mente humana.
"Não existe meio de verificar qual é a boa decisão, pois não existe termo de comparação. Tudo é vivido pela primeira vez e sem preparação. Como se um actor entrasse em cena sem nunca ter ensaiado. Mas o que pode valer a vida se o primeiro ensaio da vida já é a própria vida ?
É isso que faz com que a vida pareça sempre um esboço. No entanto, mesmo "esboço" não é a palavra certa; porque um esboço é sempre um projecto de alguma coisa: a preparação de um quadro; ao passo que o esboço que é a nossa vida não é o esboço de nada. É um esboço sem quadro." [Milan Kundera]









Mesmo que fora do conhecimento,
Antes do principio do fim
De tudo o que retrata a alegria,
Escondido dentro de mim ...
(ou bem visível)

Mesmo que eu pudesse,
como evitar a lágrima atrevida do passado?
Tudo deveria valer pelo que é demonstrado...
E ecoa o sentimento passado...
Mesmo que eu quisesse me livrar,
Por onde começaria?
O que ficaria?
Se o desconhecido,
No fundo,
É escuridão..
Afinal o que é isso que persiste
no meu coração?


Inexoravelmente, faz pouco tempo, deparei-me de uma forma muito inesperada, com o meu passado. Não se tratou de sonho, nem ilusões, simplesmente existiu algo que ainda não [In]defini, chamado “águas passadas”. Mas será esta realidade um sonho? Mesmo assim ainda guardei uma bela visão de ti, antiga e persistente ao tempo, essa paixão.
Hoje quero apenas sentir esta nostalgia, e nada poderia ter impedido, apenas sentido. Destas palavras condimentadas com todos os temperos, saborosos e amargos, transformam-se na glorificação e perdura por tempos infindáveis. Pensei muito no que passou e não consegui prever aquilo que ainda está para vir. Neste presente quero apenas, e se não for pedir muito de ti, alcançar o inesperado, o inevitável, o inexplorado. Neste presente talvez seja uma gota de chuva que cai e refresca esta ardente [com]paixão. Como ousa esta alma entrar atrevidamente nas minhas emoções, com ousas olhar-me assim nos olhos, vendo-me no passado.

Uma gota que escorre descontroladamente dos meus olhos. Neste presente existe algo que difere o presente e o passado... E isso não tenho dúvidas. Sentimento desvairado de tempestuosa vontade de explodir em sorriso e lágrimas. Que sentimentos contraditórios, estarei a beira da [lou]cura? Só sei que este lado racional não consegue convencer o coração teimoso.

Milan Kundera tinha a verdadeira razão, a vida é um esboço, um esboço do nada, sem quadro. Entendes agora porque este é insustentável o sentimento imperdível de viver pleno de Amor? Existem coisas que não sabemos que sabemos. Como isso é possível?


"[Inexorabile] Matéria Abstracta" é um poema de Mestrinho que explora a complexidade das emoções humanas, especialmente aquelas ligadas ao amor e à experiência da vida. Através de uma linguagem rica e evocativa, o autor oferece uma reflexão profunda sobre a natureza passageira e efémera dos sentimentos.

O poema inicia-se com uma afirmação de que a "matéria abstracta do amor" não é apenas uma ideia fabricada pela mente, mas algo que permeia a existência humana. Essa introdução prepara o leitor para uma jornada introspectiva onde os sentimentos são examinados sob uma ótica subjetiva e filosófica. O uso de imagens poéticas cria um ambiente onde o amor é visto como uma força vital, uma essência que molda a experiência humana.

A citação de Milan Kundera serve como um ponto de referência significativo, destacando a idea de que a vida é um "esboço" — uma obra em progresso sem um quadro definido. Esta metáfora ressalta a incerteza e a espontaneidade da vida e do amor, sugerindo que cada momento é único e irrepetível. O autor reflete sobre a natureza do passado e do presente, questionando como as experiências passadas moldam a percepção atual e a forma como interagimos com o mundo ao nosso redor.

Através de versos que capturam a melancolia e a nostalgia, Mestrinho fala sobre a luta interna entre querer deixar ir e o desejo de manter viva a memória de sentimentos intensos. A "lágrima atrevida do passado" simboliza a dor e a beleza das recordações, revelando a complexidade da experiência emocional. O poema evoca uma sensação de vulnerabilidade, com o autor refletindo sobre o desconhecido e a escuridão que pode habitar dentro de nós.

A repetição de questões retóricas, como "Afinal o que é isso que persiste no meu coração?", convida os leitores a se engajarem em sua própria reflexão, questionando suas experiências e as emoções que os acompanham. O tom do poema é tanto contemplativo quanto confessional, permitindo que os leitores se sintam conectados à busca do autor por compreensão.

Em resumo, "[Inexorabile] Matéria Abstracta" é uma obra que mergulha nas profundezas do sentimento humano, utilizando uma linguagem poética rica para explorar temas como amor, memória e a incerteza da vida. O poema desafia os leitores a confrontarem suas próprias emoções, celebrando a beleza e a complexidade do amor e da existência.


© Mestrinho 14 de Maio de 2006

Comentários

eudesaltosaltos disse…
ola, li atenta e demoradamente aquilo q aqui escreveste e mesmo assim nao tenho mt a dzr pq acho este texto mt pessoal e mt teu... jks
Papoila disse…
"Como ousa esta alma entrar atrevidamente nas minhas emoções, como ousas olhar-me assim nos olhos vendo-me no passado?" Não pode ser sonho ou ilusão. Milan Kundera tinha a verdadeira razão, sim...Beijo
Anónimo disse…
Olá, vim conferir seu bloguinho e amei td por aki...
Mil bjkas, e até breve!!!
Anónimo disse…
A vida é tanta coisa eu não o que é.
eudesaltosaltos disse…
Ola.... sim, percebe-se pela tua forma de escrever q tds os teus textos, poemas, palavras que aqui nos deixaste, sao mt tuas... o q eu quis dzr, é q, normalmente, e p isso mm, encontro pouco a dzr, pq tu dzs tudo, esta td escrito, td o q eu venha a dzr, me parece superfluo... entendes? neste txt, foi isso q senti... dzr-te o q? q concordo? q sinto o mm? tu é q sentes.. eu, se sentir, será com as minhas palavras, p isso é q, com esse texto inicial, eu e tu escreveriamos coisas diferentes, nao achas? :) mas gst mt de cá passar. Mesmo. jks

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