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As vezes estás ai, conectada ao presente.



Nem em toda a Mulher reside esse apêndice de super, mas foi ai que o prazer instalou os seus cadeados mais secretos. Aureolada pelos lábios e pelo desejo de um Homem. É como dizer-te: a tua boca é uma delicia, é por si só um festim.
Por que sabia tão bem fazer-te frente? Por que resistir mais tempo em vez de deixar jogar o meu corpo em cima do teu?
Quando toco os teus lábios convido todos os cumplices dos meus sonhos. Provei o gosto da tua boca, respirei o teu cheiro a mar, excitei-me com a tua respiração. Tenho vontade de te rodear e te possuir. És um mistério que amo. Preciso fazer-te brilhar. Nossas carícias prolongam-se até entorpecer nossos sonhos. Os teus olhos revelam-te, simples e graciosa, astuta, sensual.
Ao ver-te deitada, senti vontade de te olhar sem me apressar, de perder-me loucamente. Ocupando um lugar ao sol, onde pus a minha cabeça no meio do céu e lá de cima passei o meu olhar dos teus cabelos à ponta dos dedos do pé. Que bela viagem fiz entre esses dois espaços. Saber que estavas embriagada de excitação, fez-me demorar onde mais entendia, e pergunto-me quando provarei com os meus lábios a tua pele sedosa. Poisara a mão no teu ventre, pela fraca luz decifrava os teus contornos e delirava ao descobrir novos horizontes. A tua imagem alicia-me a desejar mais. Voltei-me definitivamente para as tuas pernas e deixei-me guiar pelo meu instinto selvagem. Aquela vontade acumulada de levar-te ao paraiso dos prazeres. Onde a nossa fusão tornava-se liquida em padrões de caos, sadudido para a esquerda e para a direita. Tua boca a lamber-me a pele enquanto as mãos baixavam o fato de banhoque jazia agora nos meus pés. Sem perder mais tempo, sem mais uma palavra, esmagamos nossos corpos em um. Estamos conectados a presente acção.
Um desejo ardente.


© Mestrinho

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Baú das recordações

Será estar apaixonado por aquilo que se vive a melhor garantia de juventude?

Uma curiosidade nasceu deste encontro. Mas nunca teria eu pensado no que viria a seguir. Os meus pensamentos que tinham partido para as praias onde se transformavam no elemento vento. Sonhava com o espaço do mar, com a força das velas, com a proa que assalta as vagas como uma faca que aponta em frente. A noite desceu enquanto o mar subia e se escavava. Um som de ondas quebradas contra as rochas, a oscilação e vaivém nas ondas. No clarão imperceptível que a lua derrama pela escotilha, eu distinguia o teu corpo que era como que um mar por cima de ti. Segui em tua direcção e perguntei: - Viste o meu recado? Sorriste e fizestes que sim com a cabeça. Retribui o sorriso e não soube o que fazer. Sabia que uma mulher é uma flor frágil, que talvez só possa ser colhida de madrugada, nos dias de muito orvalho quando a lua veio acariciar a pele clara, poli-la durante durante a noite de dar uma beleza de marfim ou de pérola. Abriste a mensagem para ti destinada, dobrada em quatro, volta...

Distorção cognitiva

19 anos depois de escrever este poema (escrito em 2006), foi transformado em música (2025). Espero que gostem tanto como eu gostei andrel · Distorção cognitiva ✨ Da elaborada síntese, Eis que surge, O manifesto, o esboço, de forma muito inesperada, como que perdida pela estrada. Riscada de uma grafite, brilhante e deslumbrante. Onde surge o infinito da matéria compactada Onde nasce o Big Bang, somente em quantidades definidas. Apenas em números inteiros, Proporcional ao liquido Do meu tinteiro. Não, não é apenas uma vontade condimentada nem uma ideia inventada. Nem uma gramática semântica, ou uma equação quântica. É apenas um sentimento que, aflora pela pele, Um sentido puro, Quando... No inicio de tudo... Ela aparece, Ela que surge de rompante e serpenteia pela mente, este sentimento demente. Que causa o movimento impulsivo, E o pensamento conclusivo. Do gesto às palavras, perdura o incitável, O verso doce, A palavra que embala, O gesto que não acaba. Entendes agora porqu...

Policromo

andrel · Policromo O teu olhar denuncia, o desejo alongado dos poros que vertem magia, fico pensativo e corado. Numa promessa silenciosa, de ilimitadas caricias, desfaço e descubro, atreves, atiças, e a pele eriça. Nossas bocas incendeiam, e em fogo, condimenta, pouco a pouco, colhendo, o néctar que alimenta. Sinto o teu cheiro, boca desejosa, lingua dormente, Lábios que sentem, mordendo, Numa fúria tão envolvente, como a paixão ardente, Cai, descansei no teu ventre. Minhas asas batem em vôo livre quando desço os desfiladeiro do devaneio. Quero que fiques na minha imaginação em castelos de principes, castelos de areia castelo no coração. Nos meus pensamentos mais secretos, fantasias d´outros tempos num mundo encantado, com mágicos, fadas e duendes num cenário imaginado, eu sei bem que me entendes. Vôo livre solto como o vento, toco, sinto e invento. crio uma moldura quente ou fria um sonho repleto de prazer colhido pela fantasia, faço o que bem entender sou [Quase]poeta e escrevo poes...

Tem dias...

20 anos depois de escrever este poema (escrito em 2005), foi transformado em música (2025). Espero que gostem tanto como eu gostei andrel · Tem dias... Tem dias... ✨ Tem dias que eu sou usado, e permito! Tem dias em que a manipulo, e ela permite; Tem dias que a amo, nem sei porquê, Tem dias em que me amas, doida, para quê? Tem dias ... Tem dias .... Tem dias que desejo não acordar, Tem dias em que não te deito, no leito; Tem dias que te quero adorar, Tem dias que fico a preceito. Tem dias ... Tem dias .... Tem dias que te vestes de jóias, muitas jóias belas... Porém, não me venhas despida; Não se esqueça de juntar a elas Quando vieres, vem com as jóias belas... Brilhantes, bonitas, coloridas, alegres; Todas parecidas contigo! Quando vieres, Vem tu por inteiro... A jóia? Afinal! Já não precisas. Tem dias ... Tem dias .... -x- "Tem dias..." é um poema de Mestrinho que encapsula a fluidez e a complexidade das emoções humanas, refletindo sobre as nuances do amor e do desejo. Esc...

O verbo da paixão

The Lady of Shallot - 1888 Dos maiores enigmas do universo, os sonhos e desejos que encantam, Os lábios que enfeitiçam O verso sangrado do verbo, No ventre do sentimento travesso Que sangra lágrimas constantes Que parte e regressa E não obstante, Deste sentido arrebatado Doce e fresco tango, dançado fortemente em corpo sentido. O verbo que anda em circulos do sentido, o verbo promiscuo. Almas que brincam E os seus corpos trincam, É como inventar o fascínio de um grito exuberante. O sabor delicado do corpo nú sentado. O gesto a ti dedicado. Colar a tua orelha à minha boca, é deixar-te completamente louca Cobrir-te de carinho. Deixar-te cheia de emoção. É querer o verbo da paixão. -x- "O Verbo da Paixão" é um poema de Mestrinho que mergulha nas profundezas dos sentimentos amorosos, explorando a essência do que significa amar e a intensidade do desejo. A obra é marcada por uma linguagem poética rica e expressiva, que utiliza metáforas e imagens vívidas para capturar a natureza m...

Metamorphosis

art by: F. Abderrahim No pálido fresco das árvores que dançam ao sopro do tempo Lá fora a terra seca bebe na mão da tempestade, Suspiros e anseios dissolvidos pelo vento Colho nesta manhã fresca o beijo, a tua castidade E se isso não é pouco, apaparico a tua vaidade, Leve e fresco como uma brisa do mar Um “ar” de devaneio veio para ficar E no doce embalar das ondas e ficar assim indignado por uma mudança Assim tão brusca, assim tão elementar. Conta-me os teus mais secretos desejos Os sonhos mais escondidos, os anseios Fala-me por onde andam as lágrimas Transporta-me para as ilusões Vestidas da tua nudez Vamos reviver tudo outra vez Antes que o nosso amor seja silenciado Num Amor louco como amor desesperado Livres, leves e soltos, Que palavras poéticas trariam melhor ética Que palavras, seriam susceptíveis a atenção merecendo todas essas frases críticas. Enquanto questionava, transportava nos gestos o limiar das palavras que brotavam da boca. Incandescentes e cruéis como o sentido e...

Uma mente burlesca

William Bouguereau Invading Cupid´s Realm 1892 Posterior ao encontro mundano e a tua franqueza explícita tivemos uma visão intrínseca do mundo e do ser pioneiro. O corpo, um desígnio da decrépita percepção verbal[*], estranhíssimo à alma gigantesca; uma mente burlesca; resultante do sentimento intemporal. Uma malícia que se esconde na memória; Um sorriso instigante nos lábios da vida; Um reflexo da existência nunca esquecida; O sentido melancólico de glória. Gerúndio do tempo; Da espiral espaço-temporal, Cronologia sem igual Assaltando-nos em tormento. Vai-se a vida, Da nossa alma, querida. É uma vida, vivida e sofrida, do presente ao passado, recordado de bom grado, como um mistério revelado. Senti esse sabor, perdido no tempo. Com um gesto secular (como a sensação de viver um momento durante séculos), vislumbro a noite que há-de vir. Premeditando ou profetizando, sou o que sou e gritarei versos poeticos para suavizar a carícia. Indignados, vivemos neste Fado (sorte, agouro; aquilo qu...