Avançar para o conteúdo principal

Negridão


Fotografia de Marisa Caichiolo - Dendrobates histrionicus



Despejos da beatitude*
Complexa e com atitude.
Em tons de poesia descontrolada
Composta de fonética e palavras
Cheia de tudo, cheia de nada.

- O meu nome é Poesia. Diz.
Sou tua, e tua alma é minha.
Imagens estáticas, vaporosas;
Que convidam para a dança
Sejam em versos, sejam em prosas.
Entre frases e sentimentos

Ela move entre os abismos
Dama segura e atraente.
Sobe e desce pelos sonhos,
impelindo escritos dementes
Sustenta entre a loucura e a sanidade,
a poesia provocadora que alimenta.
Uma chama que ilumina a negritude.
Um vento que refresca e condimenta.
O vinho que acompanha carne

Palavras banidas,
Palavras traidas,
É poesia...

Sem entender o universo,
Esforçamo-nos inutilmente
Para a fazer bela
Transparente, atrevida,
indignada e coerente,
querendo dominá-la.

Nesta voz do vento,
Quero o fogo de sabedoria
Em uivos de lamento
Era tudo isso que eu queria.

Tenho medo de viver como se tivesse perdido.
Morrer sem nunca ter a entendido.

* bem-aventurança;

-x-

"Negridão" é um poema de Mestrinho que explora a complexidade da poesia e a luta interna do ser humano em busca da expressão. A obra é marcada por uma linguagem rica e simbólica, onde o autor revela sua sensibilidade e seu olhar profundo sobre a condição humana e as emoções que a permeiam. Através de versos fluídos e dinâmicos, Mestrinho mergulha em um universo poético de contrastes, onde a beleza e a dor coexistem.

No início do poema, há uma introdução ao conceito de "negridão", que pode ser interpretado como uma metáfora para os momentos de escuridão, solidão e confusão que todos enfrentamos. A palavra carrega uma carga emocional forte, evocando imagens de tristeza e introspecção. O autor fala da poesia como uma presença constante e essencial na vida, uma força que, embora complexa e muitas vezes desafiadora, serve como um reflexo da alma e um meio de buscar compreensão.

A estrutura do poema é fluida, alternando entre a celebração da poesia e a luta por sua compreensão. Mestrinho expressa sua admiração pela poesia, descrevendo-a como uma entidade viva e dinâmica, repleta de significados que vão além das palavras. O autor faz uma abordagem íntima, revelando sua vulnerabilidade ao expor seus medos e ansiedades sobre a criação poética e a busca por uma verdade mais profunda.

Através de passagens intensas, o poema evoca a tensão entre luz e escuridão, razão e emoção. O autor reflete sobre a dificuldade de compreender e dominar a poesia, comparando-a a um "vinho que acompanha carne", sugerindo que, assim como um bom vinho, a poesia é algo que enriquece a experiência humana, mas também pode provocar confusão e desorientação.

Além disso, Mestrinho utiliza o poema para abordar a dualidade da vida, onde a loucura e a sanidade se entrelaçam, revelando a fragilidade da condição humana. Ele fala sobre a luta para dar sentido às experiências, a busca por respostas e a necessidade de se abrir para a beleza do mundo e as complexidades dos sentimentos.

"Negridão" culmina em uma reflexão sobre o medo de não ter compreendido a vida ou a própria poesia, levantando questões sobre a existência e o legado que deixamos. O autor expressa um anseio por entender e controlar suas emoções, mas também reconhece que a busca por esse entendimento é, em si mesma, um aspecto da experiência humana.

Em suma, "Negridão" é um poema profundo e introspectivo que aborda a relação íntima entre a poesia e a vida. Mestrinho utiliza a obra para explorar suas emoções, revelando a beleza e a complexidade da jornada poética e a luta constante por compreensão em meio à escuridão e à luz. Através de sua escrita sensível e evocativa, o autor convida o leitor a refletir sobre suas próprias experiências e a encontrar significado nas suas emoções.

© Mestrinho 2006

Comentários

Anónimo disse…
O Poeta sugere, relembrar não é sua função...
A Poesia é um dardo lançado ao infinito!
A Poesia é afinal, um modo de a ler!
Quanto eu gostei deste teu post de hoje, e deixo-te deste modo a minha reflexão. Beijo
Anónimo disse…
Cada vez gosto mais de ler e visitar este cnatinho cheio de coisas belas para se ler e ver. Um grande beijinho.
Anónimo disse…
Isto é poesia pura e simples, que pode dizer tudo pouco ou nada... O receio de se ter perdido desaparece quando o medo escapa entre a vida e a própria morte!
Anónimo disse…
ABRAÇOS, E BOM FIM DE SEMANA... ops
Anónimo disse…
Bom, abandonado ainda, pelos vistos! :-P
Mas, pelo menos, a veia poética regressou...
Anónimo disse…
No pícaro da imaginação, ou talvez não, se soltam palavras que são como os olhos...o retrato da alma ... que escreve com toda a emoção. Excelente poema! Um beijo enorme :)
Anónimo disse…
Num poema impreganado de palavras (quase) perdidas encontro a prisão que me aflige ... viver sem ter vivido e morrer sabendo... Intenso numa espiral de ficar sem fôlego. Fica bem,
Anónimo disse…
A mim parece-me - há muito tempo - que não só não a perdeste (à poesia), como a entendeste (e entendes) muito bem :)

Abraço
Anónimo disse…
Um brinde ao belo poema.
Anónimo disse…
Olá Eca, já tinha saudades de te vir ler... ;)
Beijokas*
Anónimo disse…
Belo poema!... mais uma vez adorei! Parabéns pela tua veia poética! Beijinhos e boa semana. *****
Anónimo disse…
Ola ... Desc estou a construir um template para um blog meu tb meio erotico . Ja mudei a caixa de comentarios, mas gostaria que ficasse toda igual cm a sua , inclusive colocar meus bonekitos e as setinhas parecidas ... Pf me ajude e diga-me como hei-de fazer ... De uma visitinha na minha para ver ok? Mt obrigada ... Beijinhos
Anónimo disse…
Gostei bastante deste poema. Parabéns

beijo da Princesa
Anónimo disse…
espetaculamente lindo ... parabens
Anónimo disse…
Bom este texto ta lindissimo e termina com 2 frases que me cortou a respiraçao, os meus parabens pelo jogo de palavras e conjunto de frases ta expectacular.
jinhos
Anónimo disse…
belissimo eca!
beijinho :)
Anónimo disse…
Hummm que foto e que texto hein....passando pra deixar um ótimo fds e um super bj
Anónimo disse…
A POESIA EXPRESSA É O BEIJO DESEJADO DERRAMADO PELO NOSSO CORAÇÃO AMALDIÇOADO. BEIJO
Anónimo disse…
Linda imagem, lindissimo poema. Adorei e senti arrepios só de ler "Tenho medo de viver como se tivesse perdido.
Morrer sem nunca ter a entendido.".. É sublime. Bjos
Anónimo disse…
As palavras em poesia, em prosa, ou simplesmente ditas têm muito peso.
O importante é dizê-las, e não ficar em silêncio.
Abraço.
Anónimo disse…
_____________00______AS AMIZADES
____________0000_______VERDADEIRAS
___________000000____SÃO COMO
__________00000000_______AS ESTRELAS
________000000000000__________NÃO
00000000000000000000000000000__
__0000000000000000000000000__VEMOS
____000000000000000000000___TODA
______00000000000000000___HORA
_______000000000000000___MAS SABEMOS
_______000000000000000_____QUE ELAS
______00000000000000000_______*EXISTEM*
_____000000000_000000000___________
____0000000_______0000000_____________
___000000___________000000___UM ÓTIMO FIM
__000___________________000__ DE SEMANA
Anónimo disse…
Que giro Eca, mto giro mesmo. Venho deixar-te um beijo, mas á distancia porque estou doente. ehehehehe
Anónimo disse…
Eu também sinto esse medo de viver como se tivesse perdido, como se fosse morrer sem nunca a ter entendido. A poesia da vida, é um enigma composto por insanidades, delirios e sonhos, de factos reais ou ficticio, mas mesmo assim conseguimos sempre tirar algum conhecimento de nós próprios.
Gosto muito das msgs que estão sempre por trás dos teus poemas. São msgs dignas de um olhar atento. Um beijão
Anónimo disse…
Por vezes o medo pode ser tão paralizante como um relogio sem corda...
Mas o tempo não para, apesar da aparente inércia do relógio...
Anónimo disse…
É urgente transformar em música e poesia a volúpia, a sensualidade do prazer percorrendo o sangue.Só assim não seremos obrigados a repetir inutilmente o que já foi.
Anónimo disse…
Obrigada pelo esclarecimento relativo a beatitude. :)
Prof. Carlos Vaz disse…
gostaria de ter o seu email para lhe agradecer as palvras sobre o blog
Carlos Vaz

a casa dos sonhos do sono
www.carlosvaz.blogspot.com
Anónimo disse…
Boa tarde menino... Sou da CDB e recebi seu cadastro, agora falta apenas vc.colocar o selo para estar oficialmente integrado a nossa familia... Aguardarei a colocação e assim que o fizer linkarei seu endereço ao nosso blog. Beijinhos Fadais. Rosilete - RH.CDB
Unknown disse…
Que beleza de Blog! Parabéns!
Quero tb ressaltar o comentário lá no Blog. Obrigado pela visita!

Abs,

Vinicius S Factum
Anónimo disse…
OI!
ADORI SEU BLOG!
PARABÉNS!
BEIJOS
Anónimo disse…
Lindo poema, um encanto, fiquei fascinada com o teu blog, muito simple e bonito.
Um abraço

Baú das recordações

Será estar apaixonado por aquilo que se vive a melhor garantia de juventude?

Uma curiosidade nasceu deste encontro. Mas nunca teria eu pensado no que viria a seguir. Os meus pensamentos que tinham partido para as praias onde se transformavam no elemento vento. Sonhava com o espaço do mar, com a força das velas, com a proa que assalta as vagas como uma faca que aponta em frente. A noite desceu enquanto o mar subia e se escavava. Um som de ondas quebradas contra as rochas, a oscilação e vaivém nas ondas. No clarão imperceptível que a lua derrama pela escotilha, eu distinguia o teu corpo que era como que um mar por cima de ti. Segui em tua direcção e perguntei: - Viste o meu recado? Sorriste e fizestes que sim com a cabeça. Retribui o sorriso e não soube o que fazer. Sabia que uma mulher é uma flor frágil, que talvez só possa ser colhida de madrugada, nos dias de muito orvalho quando a lua veio acariciar a pele clara, poli-la durante durante a noite de dar uma beleza de marfim ou de pérola. Abriste a mensagem para ti destinada, dobrada em quatro, volta...

Distorção cognitiva

19 anos depois de escrever este poema (escrito em 2006), foi transformado em música (2025). Espero que gostem tanto como eu gostei Da elaborada síntese, Eis que surge, O manifesto, o esboço, de forma muito inesperada, como que perdida pela estrada. Riscada de uma grafite, brilhante e deslumbrante. Onde surge o infinito da matéria compactada Onde nasce o Big Bang, somente em quantidades definidas. Apenas em números inteiros, Proporcional ao liquido Do meu tinteiro. Não, não é apenas uma vontade condimentada nem uma ideia inventada. Nem uma gramática semântica, ou uma equação quântica. É apenas um sentimento que, aflora pela pele, Um sentido puro, Quando... No inicio de tudo... Ela aparece, Ela que surge de rompante e serpenteia pela mente, este sentimento demente. Que causa o movimento impulsivo, E o pensamento conclusivo. Do gesto às palavras, perdura o incitável, O verso doce, A palavra que embala, O gesto que não acaba. Entendes agora porque é insustentável o sentimento de to...

O verso do verbo

Três circunstâncias têm o verso do verbo. Tem conceito, harmonia e sentido… Tem conceito: consequentemente, para dizer que é rítmico e o acento sabe à música na alma… Tem harmonia: consequentemente, palavras que dão forma às melodias, graves ou agudas… Melodias na alma que enche o ego, a quem lê e a quem escreve. Tem sentido: pela razão, palavras que expressam sentimentos, narram histórias, com a fantasia do verbo, que vai da prosa ao reverso… Genuíno e com sentimento, o verbo chega profundo na alma, com magnitude estrondosa, do verso até a prosa. O verbo que voa livre... … Porque livre é o verso e livre será a alma! Livre é o verbo de escritos novos, com dizeres sábios dos povos. Onde, revivem mil histórias, histórias de vidas e de glórias… Histórias do amor, com alegria e dor. Que detalha com calma A música que vai na alma… As história que narraram sobre a chave do sol, com palavras de afeição, esse sussurro nas frases ecoando épocas doces, outras melodias, pois, livre será sempre o ...

Uma historia de amor...

Por Adam Martinakis Explore Photo Realistic Surrealism Em verso livre, harmonia e sentido… consequentemente, soltam-se rimas, ou talvez não, para dizer em ritmo, da música à alma. Consequentemente, das palavras que dão forma, que do nada se transformam em tudo, palavras que narram a história, à feição dela, com sonoridades sábias. Mas a jovem, nesse momento transgride, os seus ideais, mil vezes sonhados. quando chega, profunda na alma, tal como ela suspira, “É liberdade, possuir, por momentos fortes, com sensualidade de seda, como uma Histórias de amor, uma história cheia de melodias.” São estas palavras de afeição, esse sussurro nas frases, que nos dá um “ar” de perfeição. Não esquecendo, os sentimentos vergonhosos(bons, não?), consequentemente, da causa ao efeito, onde... nem tudo é pensado, sentido, escrito, descrito, captado, respondido. Gosto quando ela, aparece e transparece a beleza, aparência, charme e encanto, com riqueza nas ideias, com mestria nos gestos, com os seu...

Regresso as origens

Ah, minha menina, Que vieste assim, tão de repente, Que dominaste por completo. As mais belas coisas me ensinaste, De saudades estou repleto Me provocas, Abres as janelas... E do desgastado passeio cheio de limo, Colho pedaços imperdíveis da infância Onde vimos as sombras dos grandes pinheiros... O cheiro forte das abelhas sorvendo o néctar Como o néctar de Vénus precipitando o mel Sentimento amplificado De passado sagrado...? Ah, minha menina, Velhos dissabores evaporam. Anseios desvanecem Foi como ontem as aventuras, Perfumadas de travessuras. Foi como ontem alma gentil, guardei esta paixão que não dormiu Ah, minha menina, Hoje será o abraço forte, a emoção Poderá ser uma contradição, Ver-te assim menina madura Em corpo de Mulher segura. Dilacerando a saudade Num beijo sem piedade. Sonolento, cantava esta canção e ouvia. O doce relógio da vida E que logo marcaria mais uma volta. Sem retorno O poema "Regresso às origens" é uma obra que evoca sentimentos nostálgicos e reflexõ...

Armada de sedução

Foto - Jaeda De Walt No limiar de tudo o que era esperado, em forma astuta foi revelado que ela tem código, ela tem técnica. Posso despejar toneladas de tinta, sem conseguir escrever uma frase completa, lembrar que és como a Água , fonte de subtil desejo. Adora "devorar" por completo e fazer da Terra o Fugaz desejo, Mulher armada de sedução, cheia de Ar , alma e ambição que no beijo se completa, o fogo ardente que consome, que finge ser apanhada e no fim lança o derradeiro ataque. Verdadeiramente. És armada de sedução. Post recolocado para homenagear o Dia da Mulher... (Falta de tempo!) O poema "Armada de Sedução" é uma obra que explora a sensualidade e a complexidade do desejo feminino. Nele, a mulher é retratada como uma figura poderosa e astuta, armada com a sua própria sedução, que é comparada a um código e uma técnica. Através de metáforas e uma linguagem poética rica, o autor expressa a ideia de que a sedução é uma forma de arte que envolve a entrega e a pa...

Rasgos de (In)sanidade

Nicola Ranaldi Das novas vias para velhos caminhos, Como um mergulho no mar da escuridão. Faz do dia o que faria com o meu, com carinho. Abre novos olhos, olhos de aurora, Cristalinos e vivos, Sempre como foram outrora Não chores! Sobrará sempre tempo para ouvir o lento lamento. Porque a vida será uma vítima E a ambição será a inveja! Agora... Faz do dia uma união com a noite, um pacto, Quente, morno e eterno. Sonha... E vem ao meu castelo encantado, Veste-te de medieval, Transparente, transeunte, indignada, coerente e letal. Come lascivamente, Sem tabu, come docilmente. Vem... Estende tua mão. Dá-me o teu desejo. Vem, exorcizar. Dá-me a boca E a rosa louca. Um beijo E um raio de sol. Nos teus cabelos, Como um brilhante. Explode em sete cores Revelando então os sete mil amores Que eu guardei somente pra te dar O poema "Rasgos de (In)sanidade" é uma obra que expressa emoções intensas e complexas. Através de uma linguagem rica em metáforas e imagens poéticas, o poema evoca sent...

Policromo

andrel · Policromo O teu olhar denuncia, o desejo alongado dos poros que vertem magia, fico pensativo e corado. Numa promessa silenciosa, de ilimitadas caricias, desfaço e descubro, atreves, atiças, e a pele eriça. Nossas bocas incendeiam, e em fogo, condimenta, pouco a pouco, colhendo, o néctar que alimenta. Sinto o teu cheiro, boca desejosa, lingua dormente, Lábios que sentem, mordendo, Numa fúria tão envolvente, como a paixão ardente, Cai, descansei no teu ventre. Minhas asas batem em vôo livre quando desço os desfiladeiro do devaneio. Quero que fiques na minha imaginação em castelos de principes, castelos de areia castelo no coração. Nos meus pensamentos mais secretos, fantasias d´outros tempos num mundo encantado, com mágicos, fadas e duendes num cenário imaginado, eu sei bem que me entendes. Vôo livre solto como o vento, toco, sinto e invento. crio uma moldura quente ou fria um sonho repleto de prazer colhido pela fantasia, faço o que bem entender sou [Quase]poeta e ...

Uma mente burlesca

William Bouguereau Invading Cupid´s Realm 1892 Posterior ao encontro mundano e a tua franqueza explícita tivemos uma visão intrínseca do mundo e do ser pioneiro. O corpo, um desígnio da decrépita percepção verbal[*], estranhíssimo à alma gigantesca; uma mente burlesca; resultante do sentimento intemporal. Uma malícia que se esconde na memória; Um sorriso instigante nos lábios da vida; Um reflexo da existência nunca esquecida; O sentido melancólico de glória. Gerúndio do tempo; Da espiral espaço-temporal, Cronologia sem igual Assaltando-nos em tormento. Vai-se a vida, Da nossa alma, querida. É uma vida, vivida e sofrida, do presente ao passado, recordado de bom grado, como um mistério revelado. Senti esse sabor, perdido no tempo. Com um gesto secular (como a sensação de viver um momento durante séculos), vislumbro a noite que há-de vir. Premeditando ou profetizando, sou o que sou e gritarei versos poeticos para suavizar a carícia. Indignados, vivemos neste Fado (sorte, agouro; aquilo qu...