3.29.2006

Mil palavras em uma só.


Sweetcharade


Deslizo os dedos;
Abaixo.....
Passo por todos os caminhos
onde aqueço o dominio do prazer.
E é que então:
Sem intenção, passamos à acção.
Dos beijos que eternizam o poder,
por cima da paixão e do prazer,
Sopram verso do desejo amante,
em ritmo constante
Corpos contornantes que,
se aprofundam a cada segundo,
e suspende o mundo.
Melodia de alegria,
Contido em grito rouco,
Descrito por mil palavras,
Convergidas em uma só.
Sim mil palavras.
Mil expressões aliviam
e fazem esquecer,
de todas as lamúrias,
se me faço entender.
Mil palavras complexas,
Já voaram do "eu" para o "tu",
como ponte que liga duas margens,
Só uma das mil palavras,
Queria te dizer.
Apaixonadamente.
em visões tântricas.
Profundamente,

Não preciso dizer, afinal tu sabes qual das mil palavas eu falo....


© Mestrinho

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3.28.2006

Talvez não o compreendas



Um momento de silêncio pode dizer muitas coisas,
Um simples olhar pode conter todas as respostas,
De uma vida sofrida e desgarrada
Vieram sentimentos como que do nada

Foi-se esta lógica.
O promíscuo penar onde:
assassinou-se a esperança.
apresentou-se o desgosto.
retirou-se a vivacidade.
Contraiu-se o medo,
arrependeu-se o conhecimento.
descobertas que traem o coração
do complexo à emoção,
na descoberta à razão
acompanhada pelo silencio das palavras
transforma-se no frio olhar ,
a consciência construída com o tempo,
desmontada em segundos
fruto dos momentos desconhecidos
em sentidos
sobrevivente no sonho
a perde-se em meio aos gestos silencioso
o desgosto apresentou-se.
Apresentou-se a consciência a
entristecer o coração.
Que com a sua falta
de sentido, a constitui.

Talvez seja este somente um desejo de esquecer

E pela vontade de partilhá-lo,
ainda hoje recriamos a vida por amor,
O sentimento nobre e a dor
E pela esperança sustentamos tudo o que nos rodeia,
Colhido de um forte sentimento
A causa desta apneia
À insustentável leveza/ligeireza do ser
uma longa espera de que um dia tornar-se-á,
um sorriso feliz

Mas talvez não saibas que todo
Talvez não saibas mas vem de ti
E o que quero dizer...
Quem sabe o que tu sabes.
Talvez não sabe
O que eu sei
Pois entre tantas coisas,
é também por isso que amo:
Por saber,
Como ninguém de
tudo o que se passa no Amor!

Talvez não o compreendas

© Mestrinho

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O toque no intimo


(Bareta Valery - "Nude")


Um sentimento breve
que toca n´alma,
como um chicote de fogo
que invade os sonhos
de corpo e alma.
Tornando os desejos,
breves segundos de êxtase
no prazer do encontro final,
envolve o abraço,
no corpo percorrido pela língua.
entorpecido pelos sentidos,
e quando abafa os gemidos.
Colher um sentimento sem pudor
no leito do corpo sedutor.
É como extrair a fonte de poder.
Muito mais que o querer
essa vontade de sedução devassa.
Sentido mais quando abraças
nesses choques térmicos,
nossas razões, nesse momento
de desvaneios hipotéticos.
Rendido aos caprichos da fantasia,
é como sentir na pele o toque que arrepia.

Eu sou Homem tu és Mulher.
Como um garfo e uma colher
que colhe o alimento.
Enche a barriga em nostálgicas fases,
na louca maravilha do planeta.
A que toda a alma atormenta.
Sentir fome, sede e cansaço
é sentir o toque no intimo.
Isto é amor no minimo.


© Mestrinho

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Nudez




Uns querem a nudez pornográfica,
uns querem a nudez sensual,
uns querem a nudez na performance,
eu quero apenas

O que a luz não alcança
e revelar algo mais que a pele
uma sentimento que ultrapassa o desejo
e renova a alegria do prazer.

Eu quero ver os detalhes
além do simples desejo e da excitação,
do pecado da acção;
O acto que não se restringe
São essas as coisas que perdurarão
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3.27.2006

Mil janelas




Das mil janelas dos quatro cantos da minha casa..

Escrevo o que penso
Sem vacilo e sem rasura
Escrevo tudo por extenso
Sem medo e sem censura

O meu ego é conjuntura
A minh´alma é convexa
Por vezes sem estrutura
Por vezes desconexa

Desorientado sobre os mapas
Escondido em cada mensagem
Livre de pálidas máscaras
No ritual da passagem

Pelas janelas observo
O encanto do doce absinto
Aquele forte olhar que descrevo
Aquela força que sinto


Eu somente estou aqui a glorificar aquilo que encontro, e no fim, perco-me entre o tempo e o espaço. Ultrapasso barreiras e busco na distância imutável, uma razão... e tu?
Tu estás aqui ao meu lado, deitada na relva captando a energia pulsante que emana por entre os quatro elementos e se converge no teu sorriso. Ah! Que bela visão tenho de ti, Mulher mimada.
Hoje quero apenas sentir pois nada mais precisa ser dito. Destas palavras que dançam ao sabor do vento.
Hoje quero alcançar o inesperado, o inevitável, o inexplorado. Hoje existe qualquer coisa diferente no ar... Talvez seja uma gota de chuva que cai e refresca esta ardente paixão. Ou um raio de sol que entra atrevidamente nos olhos, tal como o teu olhar fixo e aguçado. Talvez seja uma gota que escorre descontroladamente dos meus olhos. Hoje exite algo diferente no olhar...
Podes sempre entrar por uma das mil janelas dos quatro cantos da minha casa.. Casa onde "Eu" habito enclausurado dentro deste corpo fisico.

“Existe mais poesia no olhar de quem ama de que em mil poemas que se escrevam, mas nem por isso devemos deixar de escrever mil poemas para mostrar ao mundo o que esse olhar dizia...” Nancy Brown


© Mestrinho

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3.18.2006

Doce e feroz



Envolto em pensamentos diversos
Tratava-se de algo mais complexo,
Sim era o sentimento
Que vagueia pelos sete oceanos da minha existência
Neste doce aflorar
Na vontade de te amar
De gritar pelo teu sexo
Do desejo selvagem e sem nexo

Tu podes com as tuas
Pequenas mãos, arrastar-me
Para o bote, delicio
Sugar-me até ao tutano
Da vontade ardente em suplicio
Tu queres saber, domar
Mas comigo tens de amansar

Esta noite vou subir pelas tuas tranças
Senhora rapunzel, e vou-te
Suspirar no ouvido, aquilo
Que sempre desejaste ouvir

“És uma Loba em pele de cordeiro!”

© Mestrinho 2005

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3.15.2006

Je ne dors plus, je suis a toi...


(René Magritte - "La Lumière des coincidence" - 1933")


Entre palavras,
lágrimas e emoções,
O sentimento indomável,
do amor impecável,
Cheio de dialogos parvos,
Monologos absurdos.
Nas mãos pertinentes,
Na tortura inocente
No silêncio que vigia.
Com a tua demagogia
Na infecção semântica.
O limite do apego,
O sossego,
mais que os olhos, o olhar.
Sorriso omnipresente,
Sentimento recente.

Do amor eu tenho parte,
Corpo curvo em forma de arte,
Sobra a parte de outra parte.
Outra parte é ninguém,
outra parte linguagem,
Uma parte pesa e pondera,
outra parte delira,
Uma parte grita e canta,
a outra parte se espanta
Uma parte é permanente,
outra parte aparece de repente.
Uma parte é só vertigem.
Outras partes se convergem em ...
uma parte de cada vez.

E assim nasce o poema,
Composto de muitas partes...
e se reparte.



© Mestrinho 2006

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3.14.2006

Desconcertante


Fabian Perez - Sensual touch in the dark



Foi-se esta doce loucura,
Da cama, fingindo dormir um sonho, acordada,
Ela é uma obstinada exploradora do corpo,
Da alma e da mente descontrolada,
Eu fico,
Ela vai,
Secreta, passiva, serena,
Mas ela vai,
Eu fico.

Tonturas,
Calor sufocante,
Sem dormir quando ela está longe,
Reviro capitulos da história,
E...

Eu vou,
Ela fica,
E manhã grita
e como um ciclo ou um vício
Eu volto
Ela volta
E juntos amamos a loucura,
Como se fosse a primeira vez.



© Mestrinho 1999
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3.05.2006

Efémero


Adolphe - William Bouguereau (1825-1905)
A Soul Brought to Heaven



No tempo em que se vive,
Morrer,
é deixar-se transportar pelo oceano
de paixão.
Como um acto,
No teatro empírico,
deixa cair o pano do
desejo critico,
de anjos que encontram,aquilo que, s
em saberem,procuram o que necessitam.

Agora que morri

Deixei-me transportar
por desejos
Guiados pelos sábios arcanjos.
Afastando-me desta Terra que flutua.
Num voo efémero, de alma nua.
Mesmo antes de amar
um cupido certeiro na paixão
explorou o amor,
Concluindo-se em excitação.

Emoldurei este pensamento
Num quadro imaginário
Por que em ti
Caí e morri
Deportei-me para o paraíso
Para sentir-me pleno e conciso.

No tempo em que se vive,
Morri em teus braços
Vinde a mim,
libertai-me do reino dos céus
Dá-me ao espírito,
o desejo de reencarnar.


Este poema cria uma corrente de amor feminino ao tentar assegurar que o amor terreno é complemento da viagem ao etéreo, através da influência da minha amada divina. Quando o corpo funde com o espírito.


© Mestrinho
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