Avançar para o conteúdo principal

Efémero


Adolphe - William Bouguereau (1825-1905)
A Soul Brought to Heaven



No tempo em que se vive,
Morrer,
é deixar-se transportar pelo oceano
de paixão.
Como um acto,
No teatro empírico,
deixa cair o pano do
desejo critico,
de anjos que encontram,aquilo que, s
em saberem,procuram o que necessitam.

Agora que morri

Deixei-me transportar
por desejos
Guiados pelos sábios arcanjos.
Afastando-me desta Terra que flutua.
Num voo efémero, de alma nua.
Mesmo antes de amar
um cupido certeiro na paixão
explorou o amor,
Concluindo-se em excitação.

Emoldurei este pensamento
Num quadro imaginário
Por que em ti
Caí e morri
Deportei-me para o paraíso
Para sentir-me pleno e conciso.

No tempo em que se vive,
Morri em teus braços
Vinde a mim,
libertai-me do reino dos céus
Dá-me ao espírito,
o desejo de reencarnar.


Este poema cria uma corrente de amor feminino ao tentar assegurar que o amor terreno é complemento da viagem ao etéreo, através da influência da minha amada divina. Quando o corpo funde com o espírito.


-x-


"Efémero" é um poema de Mestrinho que encapsula a natureza fugaz e transitória da existência. Com uma linguagem rica e evocativa, o autor explora temas como a passagem do tempo, a impermanência das emoções e a beleza efêmera da vida. O título em si já sugere uma reflexão sobre o que é temporário e como tudo que nos rodeia, desde as experiências até os sentimentos, é suscetível ao desvanecimento.

No seio do poema, Mestrinho utiliza metáforas e imagens poéticas para retratar a fragilidade das coisas que nos cercam. A ideia de que o tempo é um elemento que perpassa tudo é central, e o autor mostra como os momentos de alegria, tristeza e paixão são breves, como as flores que florescem e murcham, ou como as ondas do mar que vêm e vão. Essa transitoriedade é apresentada não apenas como uma fonte de melancolia, mas também como uma parte essencial da experiência humana, onde a beleza muitas vezes reside na sua natureza efêmera.

Os sentimentos expressos no poema refletem uma dualidade: a admiração pela beleza do que é temporário e a tristeza pela inevitabilidade de sua passagem. Mestrinho consegue capturar essa tensão emocional, gerando um diálogo interno que convida o leitor a ponderar sobre a natureza da vida e a importância de valorizar cada momento. O autor se posiciona como um observador sensível, que, ao mesmo tempo, se entrega às emoções e à fragilidade do ser.

A estrutura do poema favorece um ritmo fluido e contemplativo, permitindo que os leitores se deixem levar pela reflexão proposta. Com versos que dançam entre a melancolia e a aceitação, o autor sugere que, embora tudo seja efêmero, isso não diminui seu valor ou significado. Cada momento, cada emoção vivida, é precioso à sua maneira, e a transitoriedade das experiências humanas deve ser reconhecida e celebrada.

Ao final do poema, a mensagem fica clara: a efemeridade da vida é uma verdade inexorável, mas também é uma condição que nos permite apreciar a beleza dos instantes. Mestrinho, através de "Efémero", convida o leitor a abraçar a incerteza e a fragilidade da vida, ressaltando que são esses elementos que tornam a jornada humana tão rica e significativa.

Assim, "Efémero" se torna uma meditação poética sobre a passagem do tempo e a apreciação das pequenas coisas, lembrando-nos da importância de viver intensamente cada momento, mesmo sabendo que ele não durará para sempre. O poema ressoa com uma universalidade que toca a todos, fazendo com que cada leitor reflita sobre suas próprias experiências e a beleza da vida em sua efemeridade.
© Mestrinho

Comentários

Isabel disse…
Eca, faz tempo não comentava nada teu adorei ler este poema e visualizar o post bela obra acho que te inspirastes numa viagenzita.Bj.
Anónimo disse…
Olá Mestrinho, pelos visto o Sapo anda de mal a pior, não te censuro e gosto muito mais deste espaço que do anterior. Um beijo grande
Anónimo disse…
Belo poema e bela foto! Já actualizei o teu link no meu blog. Um beijo para ti e continua a brindar-nos com as tuas palavras. *****
Anónimo disse…
os ventos trouxeram.me estas palavras, como se as minhas asas as entendessem de uma forma quase tão natural, como voar... as pessoas, as situações, os momentos complementam-se, mas às vezes, não dão por isso.

obrigado pelo comentário :), a tua poesia volta longe.
André L disse…
Olá a todos. Peço desculpa essas alterações. Mas como disse no Blogalize do Sapo, não estou disposto as alterações que estão a fazer, até por que houve ameaça de apagarem o HTML dos blogs.. Quem não migrar ficará sem página (mas com o arquivo intacto).
Por este sistema ser mais viável, estou aos poucos a migrar todo o meu arquivo para aqui.
Abraços
Anónimo disse…
Este poema foi dos poemas mais extraordinários que li sobre o encontro de almas gémeas pela eternidade. Senti um arrepio ao ler-te Mestre. Estou ainda de olhos rasos de água. è imagem é sublime! Beijo
Anónimo disse…
"...No tempo em que se vive...2
... vive-se momentos assim... maravilhosos...

Lindo!

Bj
Anónimo disse…
Sem margem para dúvidas que é um poema lindo. Sente-se a profundidade das palavras. Beijo na alma.
Inha disse…
Mesmo em mudanças tens tempo para escrever uma coisa destas?...

Beleza...

BeijInha
Anónimo disse…
Olá amigo, vim informar que devido às alteraçoes que os blogs da sapo vão sofrer, mudei de endereço para aqui:http://www.blog.comunidades.net/doryanne/
Beijos*
Anónimo disse…
ola
boa noite
bonito poema...adorei...
bom resto d fim de semana
um beijinho
Anónimo disse…
Lindo ... Maravilhoso ... Obrigado por partilhares um poema tão belo e tão profundo ... Parabens ... Aceite um beijinho
Anónimo disse…
ora entao um grande bem haja
Anónimo disse…
Agradeço as tuas palavras nas minhas romãs. Qualquer dos poemas que li aqui é lindo! Sem mais palavras. Beijos.
Anónimo disse…
Era bom que poudessemos ter esta ideia como verdadeira. Que o corpo se funde com o espirito...
Poemas lindissimo.
Bom gosto
Anónimo disse…
um poema lindissimooo...beijos (recatados) da Princesa
Anónimo disse…
oi mestrinho , obrigado pelo comentario no meu blog. acho que ja tinha visitado o teu ta porreiro.1 abraço
Anónimo disse…
CUIDADO COM OS NOVOS BLOGS DA SAPO:
ao fazerem a tranferência apagam tudo o que está no vosso blog...
vejam como..... http://aromademulher.blogs.sapo.pt/

A prepotência dos senhores da sapo irrita profundamente.......
limitam toda a nossa criatividade e tiram-nos a
liberdade de escolha....
nunca mais poderemos usar cores, imagens e tantas outras
coisas que falam um pouco de nós, nos nosso blogs.
Eu "por medida cautelar".....
registei já o meu blog "Aroma de Mulher" no "Blogspot" onde tenho
acesso a todas as condições que a sapo me dava.
Aconselho a que façam o mesmo, para que não corram o risco,
de alguém registar o nome do vosso blog antes de vós.
Mas............. e digo novamente....
Mas...não vamos sair calados desta luta com a sapo....
nós pagamos e eles decidem por nós????? Nuncaaaaaaaa . . . . .
Anónimo disse…
Morrer nos braços de quem se ama, é o culminar perfeito, para nós mortais... Nós, os que amamos sem reservas, ou pudores...
Anónimo disse…
Costumo dizer que não basta ter empenho, há que ter engenho também...a tua escrita é prova disso... mais um belíssimo poema . Beijinhos e votos de uma boa semana :)
Anónimo disse…
O conseguido é mais transitório do que o almejado.
Anónimo disse…
O amor total! Muito belo.
Silêncios disse…
Hoje, vim só agradecer a lembrança e o poema que me deixaste.
Um beijo
BlueShell disse…
Eu adorei esse poema; e também o que deixaste no meu blog: Muito obrigada. as tuas palavras foram um conforto. jinho, BShell
Anónimo disse…
Acho lindo..num amor efémero.

Baú das recordações

Será estar apaixonado por aquilo que se vive a melhor garantia de juventude?

Uma curiosidade nasceu deste encontro. Mas nunca teria eu pensado no que viria a seguir. Os meus pensamentos que tinham partido para as praias onde se transformavam no elemento vento. Sonhava com o espaço do mar, com a força das velas, com a proa que assalta as vagas como uma faca que aponta em frente. A noite desceu enquanto o mar subia e se escavava. Um som de ondas quebradas contra as rochas, a oscilação e vaivém nas ondas. No clarão imperceptível que a lua derrama pela escotilha, eu distinguia o teu corpo que era como que um mar por cima de ti. Segui em tua direcção e perguntei: - Viste o meu recado? Sorriste e fizestes que sim com a cabeça. Retribui o sorriso e não soube o que fazer. Sabia que uma mulher é uma flor frágil, que talvez só possa ser colhida de madrugada, nos dias de muito orvalho quando a lua veio acariciar a pele clara, poli-la durante durante a noite de dar uma beleza de marfim ou de pérola. Abriste a mensagem para ti destinada, dobrada em quatro, volta...

Distorção cognitiva

19 anos depois de escrever este poema (escrito em 2006), foi transformado em música (2025). Espero que gostem tanto como eu gostei Da elaborada síntese, Eis que surge, O manifesto, o esboço, de forma muito inesperada, como que perdida pela estrada. Riscada de uma grafite, brilhante e deslumbrante. Onde surge o infinito da matéria compactada Onde nasce o Big Bang, somente em quantidades definidas. Apenas em números inteiros, Proporcional ao liquido Do meu tinteiro. Não, não é apenas uma vontade condimentada nem uma ideia inventada. Nem uma gramática semântica, ou uma equação quântica. É apenas um sentimento que, aflora pela pele, Um sentido puro, Quando... No inicio de tudo... Ela aparece, Ela que surge de rompante e serpenteia pela mente, este sentimento demente. Que causa o movimento impulsivo, E o pensamento conclusivo. Do gesto às palavras, perdura o incitável, O verso doce, A palavra que embala, O gesto que não acaba. Entendes agora porque é insustentável o sentimento de to...

O verso do verbo

Três circunstâncias têm o verso do verbo. Tem conceito, harmonia e sentido… Tem conceito: consequentemente, para dizer que é rítmico e o acento sabe à música na alma… Tem harmonia: consequentemente, palavras que dão forma às melodias, graves ou agudas… Melodias na alma que enche o ego, a quem lê e a quem escreve. Tem sentido: pela razão, palavras que expressam sentimentos, narram histórias, com a fantasia do verbo, que vai da prosa ao reverso… Genuíno e com sentimento, o verbo chega profundo na alma, com magnitude estrondosa, do verso até a prosa. O verbo que voa livre... … Porque livre é o verso e livre será a alma! Livre é o verbo de escritos novos, com dizeres sábios dos povos. Onde, revivem mil histórias, histórias de vidas e de glórias… Histórias do amor, com alegria e dor. Que detalha com calma A música que vai na alma… As história que narraram sobre a chave do sol, com palavras de afeição, esse sussurro nas frases ecoando épocas doces, outras melodias, pois, livre será sempre o ...

Uma historia de amor...

Por Adam Martinakis Explore Photo Realistic Surrealism Em verso livre, harmonia e sentido… consequentemente, soltam-se rimas, ou talvez não, para dizer em ritmo, da música à alma. Consequentemente, das palavras que dão forma, que do nada se transformam em tudo, palavras que narram a história, à feição dela, com sonoridades sábias. Mas a jovem, nesse momento transgride, os seus ideais, mil vezes sonhados. quando chega, profunda na alma, tal como ela suspira, “É liberdade, possuir, por momentos fortes, com sensualidade de seda, como uma Histórias de amor, uma história cheia de melodias.” São estas palavras de afeição, esse sussurro nas frases, que nos dá um “ar” de perfeição. Não esquecendo, os sentimentos vergonhosos(bons, não?), consequentemente, da causa ao efeito, onde... nem tudo é pensado, sentido, escrito, descrito, captado, respondido. Gosto quando ela, aparece e transparece a beleza, aparência, charme e encanto, com riqueza nas ideias, com mestria nos gestos, com os seu...

Regresso as origens

Ah, minha menina, Que vieste assim, tão de repente, Que dominaste por completo. As mais belas coisas me ensinaste, De saudades estou repleto Me provocas, Abres as janelas... E do desgastado passeio cheio de limo, Colho pedaços imperdíveis da infância Onde vimos as sombras dos grandes pinheiros... O cheiro forte das abelhas sorvendo o néctar Como o néctar de Vénus precipitando o mel Sentimento amplificado De passado sagrado...? Ah, minha menina, Velhos dissabores evaporam. Anseios desvanecem Foi como ontem as aventuras, Perfumadas de travessuras. Foi como ontem alma gentil, guardei esta paixão que não dormiu Ah, minha menina, Hoje será o abraço forte, a emoção Poderá ser uma contradição, Ver-te assim menina madura Em corpo de Mulher segura. Dilacerando a saudade Num beijo sem piedade. Sonolento, cantava esta canção e ouvia. O doce relógio da vida E que logo marcaria mais uma volta. Sem retorno O poema "Regresso às origens" é uma obra que evoca sentimentos nostálgicos e reflexõ...

Armada de sedução

Foto - Jaeda De Walt No limiar de tudo o que era esperado, em forma astuta foi revelado que ela tem código, ela tem técnica. Posso despejar toneladas de tinta, sem conseguir escrever uma frase completa, lembrar que és como a Água , fonte de subtil desejo. Adora "devorar" por completo e fazer da Terra o Fugaz desejo, Mulher armada de sedução, cheia de Ar , alma e ambição que no beijo se completa, o fogo ardente que consome, que finge ser apanhada e no fim lança o derradeiro ataque. Verdadeiramente. És armada de sedução. Post recolocado para homenagear o Dia da Mulher... (Falta de tempo!) O poema "Armada de Sedução" é uma obra que explora a sensualidade e a complexidade do desejo feminino. Nele, a mulher é retratada como uma figura poderosa e astuta, armada com a sua própria sedução, que é comparada a um código e uma técnica. Através de metáforas e uma linguagem poética rica, o autor expressa a ideia de que a sedução é uma forma de arte que envolve a entrega e a pa...

Rasgos de (In)sanidade

Nicola Ranaldi Das novas vias para velhos caminhos, Como um mergulho no mar da escuridão. Faz do dia o que faria com o meu, com carinho. Abre novos olhos, olhos de aurora, Cristalinos e vivos, Sempre como foram outrora Não chores! Sobrará sempre tempo para ouvir o lento lamento. Porque a vida será uma vítima E a ambição será a inveja! Agora... Faz do dia uma união com a noite, um pacto, Quente, morno e eterno. Sonha... E vem ao meu castelo encantado, Veste-te de medieval, Transparente, transeunte, indignada, coerente e letal. Come lascivamente, Sem tabu, come docilmente. Vem... Estende tua mão. Dá-me o teu desejo. Vem, exorcizar. Dá-me a boca E a rosa louca. Um beijo E um raio de sol. Nos teus cabelos, Como um brilhante. Explode em sete cores Revelando então os sete mil amores Que eu guardei somente pra te dar O poema "Rasgos de (In)sanidade" é uma obra que expressa emoções intensas e complexas. Através de uma linguagem rica em metáforas e imagens poéticas, o poema evoca sent...

Policromo

andrel · Policromo O teu olhar denuncia, o desejo alongado dos poros que vertem magia, fico pensativo e corado. Numa promessa silenciosa, de ilimitadas caricias, desfaço e descubro, atreves, atiças, e a pele eriça. Nossas bocas incendeiam, e em fogo, condimenta, pouco a pouco, colhendo, o néctar que alimenta. Sinto o teu cheiro, boca desejosa, lingua dormente, Lábios que sentem, mordendo, Numa fúria tão envolvente, como a paixão ardente, Cai, descansei no teu ventre. Minhas asas batem em vôo livre quando desço os desfiladeiro do devaneio. Quero que fiques na minha imaginação em castelos de principes, castelos de areia castelo no coração. Nos meus pensamentos mais secretos, fantasias d´outros tempos num mundo encantado, com mágicos, fadas e duendes num cenário imaginado, eu sei bem que me entendes. Vôo livre solto como o vento, toco, sinto e invento. crio uma moldura quente ou fria um sonho repleto de prazer colhido pela fantasia, faço o que bem entender sou [Quase]poeta e ...

Uma mente burlesca

William Bouguereau Invading Cupid´s Realm 1892 Posterior ao encontro mundano e a tua franqueza explícita tivemos uma visão intrínseca do mundo e do ser pioneiro. O corpo, um desígnio da decrépita percepção verbal[*], estranhíssimo à alma gigantesca; uma mente burlesca; resultante do sentimento intemporal. Uma malícia que se esconde na memória; Um sorriso instigante nos lábios da vida; Um reflexo da existência nunca esquecida; O sentido melancólico de glória. Gerúndio do tempo; Da espiral espaço-temporal, Cronologia sem igual Assaltando-nos em tormento. Vai-se a vida, Da nossa alma, querida. É uma vida, vivida e sofrida, do presente ao passado, recordado de bom grado, como um mistério revelado. Senti esse sabor, perdido no tempo. Com um gesto secular (como a sensação de viver um momento durante séculos), vislumbro a noite que há-de vir. Premeditando ou profetizando, sou o que sou e gritarei versos poeticos para suavizar a carícia. Indignados, vivemos neste Fado (sorte, agouro; aquilo qu...