Avançar para o conteúdo principal

Desconcertante






Foi-se esta doce loucura,
Da cama, fingindo dormir um sonho, acordada,
Ela é uma obstinada exploradora do corpo,
Da alma e da mente descontrolada,
Eu fico,
Ela vai,
Secreta, passiva, serena,
Mas ela vai,
Eu fico.

Tonturas,
Calor sufocante,
Sem dormir quando ela está longe,
Reviro capitulos da história,
E...

Eu vou,
Ela fica,
E manhã grita
e como um ciclo ou um vício
Eu volto
Ela volta
E juntos amamos a loucura,
Como se fosse a primeira vez.


-x-

"Desconcertante" é um poema que reflete sobre as complexidades das emoções e da vida, utilizando uma linguagem poética rica e provocativa. Desde o início, tento estabelecer uma atmosfera de desconcerto, capturando a essência de sentimentos conflituosos que permeiam a experiência humana. A obra é marcada por uma série de imagens vívidas que abordam a dualidade entre o conhecido e o desconhecido, o familiar e o estranho, criando um diálogo interno que ressoa com o leitor.

A estrutura do poema contribui para sua profundidade. Com um fluxo contínuo de pensamentos e sentimentos, o leitor é levado a percorrer uma jornada emocional. A narrativa se desenrola de forma que os sentimentos se entrelaçam, como numa dança, revelando a complexidade das relações e das experiências pessoais. O autor faz uso de perguntas retóricas, instigando o leitor a refletir sobre suas próprias vivências e o significado das emoções que surgem em momentos desconcertantes.

Além disso, "Desconcertante" toca na fragilidade da mente humana diante das situações da vida. Eu menciono a luta interna e a busca por compreensão em um mundo que parece imprevisível. Essa busca é apresentada como uma forma de libertação, onde a aceitação dos próprios sentimentos e das perplexidades da vida se torna um caminho para o autoconhecimento. Sugiro que, por mais desafiadoras que sejam essas experiências, elas também podem abrir portas para novas percepções e entendimentos sobre si mesmo e os outros.

Em seu clímax, o poema culmina em uma revelação, onde a experiência do desconcerto é transformada em uma oportunidade de crescimento e introspecção. Reafirmo a ideia de que as emoções, por mais complicadas que sejam, são parte integrante da vida e devem ser vividas plenamente. O encerramento do poema deixa uma sensação de resiliência, mostrando que mesmo diante do desconcerto, há beleza e significado a serem encontrados.

"Desconcertante", portanto, é uma obra que encapsula a luta e a beleza da experiência humana, celebrando a riqueza das emoções e a capacidade de se reinventar frente ao desconhecido. Através de sua escrita poética e sensível, convido o leitor a abraçar a complexidade da vida, reconhecendo que, apesar dos desafios e das incertezas, existe sempre espaço para a reflexão, a descoberta e o amor.

© Mestrinho 1999

Comentários

Anónimo disse…
sabes, acho que qd se ama...é sempre como se fosse a primeira vez...
Mudaste de casa, mas o ambiente continua de sonho:)
Anónimo disse…
Mestrinho!
Que espaço maravilhoso vc tem aqui! Como não o encontrei antes? Ao ler suas poesias pude fazer uma viagem.
Parabéns!Você é de uma sensibilidade notável!
Agradeço pela visita e por recomendares meu blog!
Anónimo disse…
De passagem mais uma vez para te ler e rever. Desejo um óptimo fim de semana.
Anónimo disse…
"E juntos amamos aloucura,
Como se fosse a primeira vez"

... o amor... a paixão, não é assim mesmo?
Gostei.
Deixo um abraço e bom fim de semna :)
Anónimo disse…
a loucura mais deliciosa... adorei.. mais e mais uma vez..
Anónimo disse…
Maravilhoso este ciclo da loucura da paixão! É surpreendente esta tua escrita! Abraço
Anónimo disse…
eita ciclo bom esse hein!...nda mal

bjs
Anónimo disse…
Como sempre, adorei. Lindoooooo! Beijos e um bom domingo. *****
Anónimo disse…
O sexo é sagrado............................

O sexo é sagrado,
como salgadas são as gotas de suor
que brotam dos meus poros
e encharcam nossas peles.
A noite é meu templo
onde me torno uma deusa enlouquecida
sentindo teus pelos sobre a minha pele.
Neste instante já não sou nada,
somente corpo,
boca,
pele,
pêlos,
línguas,
bocas.
E a vida brota da semente,
dos poucos segundos de êxtase.
Tuas mãos como um brinquedo
passeiam pelo meu corpo.
Não revelam segredos
desvendam apenas o pudor do mundo,
descobrem a febre dos animais.
Então nos tornamos um
ao mesmo tempo em que
a escuridão explode em festa.
A noite amanhece sem versos,
com a música do seu hálito ofegante.
O sol brota de dentro de mim.
Breves segundos.
Por alguns instantes dispo-me do sofrimento.
Eu fui feliz.

(Claudia Marczak)
Anónimo disse…
gostei... pq é simples e pq me trouxe recordaçoes... :)
Anónimo disse…
Bom este texto vai la vai, tem uma carga muito forte, ta potente, nem sei cm explicar o q senti ao le-lo. Fez-me voltar ao meu fim de semana. Esta aqui transcrito na perfeiçao...
Xiiii nem digo mais nada.
Jinhos
Anónimo disse…
Adoreia paixão. um abraço.
Anónimo disse…
Dois corpos que juntos provocam uma paixão louca e desenfreada. Ela fica e tu vais, tu vais ela fica, mas sempre como se fosse a primeira vez. Bonita a maneira como falas do encontro de dois corpos, e o que juntos provocam um no outro. Um abraço Mestre.
Anónimo disse…
Lindo este texto que nos deixas. Sem comentários.
Mas gostaria de falar sobre a questão que nos deixas sobre o aborto. Eu sou a favor e sou contra. Tenho as duas opiniões. Pois se for para tirar o sofrimento a uma criança prefiro que se aborte, mas se for por uma questão de não querer filhos sou contra, pois quem não quer evita. Existem meios para isso. Beijinhos
Anónimo disse…
Olá!! Espero que continues por muitos mais tempo. Identifico-me muito com os teus textos, embora nem sempre comente continua vir cá ler muitas vezes. Beijinhos!
Anónimo disse…
fico sempre desconcertada a ler os teus poemas, lol ;)

Beijokas

P.s.--> Mudei de Template de novo, rsss
acho que tem mais a ver...
Anónimo disse…
:o é a primeira vez que consigo comentar o teu blog! até fiquei surpreendida, porque te visito regularmente e nunca tinha dado...logo tinha de calhar um poema que nem sei o que dizer...é lindo.
beijinhos enormes* *
Anónimo disse…
Ela vá, ele fique...vice versa... ele volte, ela volte...é o que importa
Fica um beijo)
Anónimo disse…
Quando cada vez é como se fosse a primeira...só pode ser : Desconcertante mas e tambem prazeroso. Fica bem
Anónimo disse…
É tão bom viver momentos assim, em que ao minimo contacto dos corpos, da-se uma explosão de desejo.
Adorei a ideia do Ninja, vou fazer um para mim tb :) Beijo grande
Anónimo disse…
O amor, tem destas coisas,
esquece-se a razão
fala-se com olhos
e vive-se com o coração...
beijitos
Anónimo disse…
Simplesmente...soberbo!! Um beijo enorme :)
Anónimo disse…
lindo Eca ;)
beijos
Anónimo disse…
Em passos desconcertantes e eufóricos os corpos bailaram noite dentro, seguindo os impulsos do coração... Explendido!! Beijokas [desculpas pela a ausencia] - Joaninha
Anónimo disse…
fabuloso, como sempre... senti-te os passos
Anónimo disse…
É sempre bom visitar teu blog, recheado de desejo... sem censuras...
gosto muito de vir aqui, me sinto invadindo tua intimidade, entre quatro paredes.
beijos

Baú das recordações

Será estar apaixonado por aquilo que se vive a melhor garantia de juventude?

Uma curiosidade nasceu deste encontro. Mas nunca teria eu pensado no que viria a seguir. Os meus pensamentos que tinham partido para as praias onde se transformavam no elemento vento. Sonhava com o espaço do mar, com a força das velas, com a proa que assalta as vagas como uma faca que aponta em frente. A noite desceu enquanto o mar subia e se escavava. Um som de ondas quebradas contra as rochas, a oscilação e vaivém nas ondas. No clarão imperceptível que a lua derrama pela escotilha, eu distinguia o teu corpo que era como que um mar por cima de ti. Segui em tua direcção e perguntei: - Viste o meu recado? Sorriste e fizestes que sim com a cabeça. Retribui o sorriso e não soube o que fazer. Sabia que uma mulher é uma flor frágil, que talvez só possa ser colhida de madrugada, nos dias de muito orvalho quando a lua veio acariciar a pele clara, poli-la durante durante a noite de dar uma beleza de marfim ou de pérola. Abriste a mensagem para ti destinada, dobrada em quatro, volta...

Distorção cognitiva

19 anos depois de escrever este poema (escrito em 2006), foi transformado em música (2025). Espero que gostem tanto como eu gostei Da elaborada síntese, Eis que surge, O manifesto, o esboço, de forma muito inesperada, como que perdida pela estrada. Riscada de uma grafite, brilhante e deslumbrante. Onde surge o infinito da matéria compactada Onde nasce o Big Bang, somente em quantidades definidas. Apenas em números inteiros, Proporcional ao liquido Do meu tinteiro. Não, não é apenas uma vontade condimentada nem uma ideia inventada. Nem uma gramática semântica, ou uma equação quântica. É apenas um sentimento que, aflora pela pele, Um sentido puro, Quando... No inicio de tudo... Ela aparece, Ela que surge de rompante e serpenteia pela mente, este sentimento demente. Que causa o movimento impulsivo, E o pensamento conclusivo. Do gesto às palavras, perdura o incitável, O verso doce, A palavra que embala, O gesto que não acaba. Entendes agora porque é insustentável o sentimento de to...

O verso do verbo

Três circunstâncias têm o verso do verbo. Tem conceito, harmonia e sentido… Tem conceito: consequentemente, para dizer que é rítmico e o acento sabe à música na alma… Tem harmonia: consequentemente, palavras que dão forma às melodias, graves ou agudas… Melodias na alma que enche o ego, a quem lê e a quem escreve. Tem sentido: pela razão, palavras que expressam sentimentos, narram histórias, com a fantasia do verbo, que vai da prosa ao reverso… Genuíno e com sentimento, o verbo chega profundo na alma, com magnitude estrondosa, do verso até a prosa. O verbo que voa livre... … Porque livre é o verso e livre será a alma! Livre é o verbo de escritos novos, com dizeres sábios dos povos. Onde, revivem mil histórias, histórias de vidas e de glórias… Histórias do amor, com alegria e dor. Que detalha com calma A música que vai na alma… As história que narraram sobre a chave do sol, com palavras de afeição, esse sussurro nas frases ecoando épocas doces, outras melodias, pois, livre será sempre o ...

Uma historia de amor...

Por Adam Martinakis Explore Photo Realistic Surrealism Em verso livre, harmonia e sentido… consequentemente, soltam-se rimas, ou talvez não, para dizer em ritmo, da música à alma. Consequentemente, das palavras que dão forma, que do nada se transformam em tudo, palavras que narram a história, à feição dela, com sonoridades sábias. Mas a jovem, nesse momento transgride, os seus ideais, mil vezes sonhados. quando chega, profunda na alma, tal como ela suspira, “É liberdade, possuir, por momentos fortes, com sensualidade de seda, como uma Histórias de amor, uma história cheia de melodias.” São estas palavras de afeição, esse sussurro nas frases, que nos dá um “ar” de perfeição. Não esquecendo, os sentimentos vergonhosos(bons, não?), consequentemente, da causa ao efeito, onde... nem tudo é pensado, sentido, escrito, descrito, captado, respondido. Gosto quando ela, aparece e transparece a beleza, aparência, charme e encanto, com riqueza nas ideias, com mestria nos gestos, com os seu...

Regresso as origens

Ah, minha menina, Que vieste assim, tão de repente, Que dominaste por completo. As mais belas coisas me ensinaste, De saudades estou repleto Me provocas, Abres as janelas... E do desgastado passeio cheio de limo, Colho pedaços imperdíveis da infância Onde vimos as sombras dos grandes pinheiros... O cheiro forte das abelhas sorvendo o néctar Como o néctar de Vénus precipitando o mel Sentimento amplificado De passado sagrado...? Ah, minha menina, Velhos dissabores evaporam. Anseios desvanecem Foi como ontem as aventuras, Perfumadas de travessuras. Foi como ontem alma gentil, guardei esta paixão que não dormiu Ah, minha menina, Hoje será o abraço forte, a emoção Poderá ser uma contradição, Ver-te assim menina madura Em corpo de Mulher segura. Dilacerando a saudade Num beijo sem piedade. Sonolento, cantava esta canção e ouvia. O doce relógio da vida E que logo marcaria mais uma volta. Sem retorno O poema "Regresso às origens" é uma obra que evoca sentimentos nostálgicos e reflexõ...

Armada de sedução

Foto - Jaeda De Walt No limiar de tudo o que era esperado, em forma astuta foi revelado que ela tem código, ela tem técnica. Posso despejar toneladas de tinta, sem conseguir escrever uma frase completa, lembrar que és como a Água , fonte de subtil desejo. Adora "devorar" por completo e fazer da Terra o Fugaz desejo, Mulher armada de sedução, cheia de Ar , alma e ambição que no beijo se completa, o fogo ardente que consome, que finge ser apanhada e no fim lança o derradeiro ataque. Verdadeiramente. És armada de sedução. Post recolocado para homenagear o Dia da Mulher... (Falta de tempo!) O poema "Armada de Sedução" é uma obra que explora a sensualidade e a complexidade do desejo feminino. Nele, a mulher é retratada como uma figura poderosa e astuta, armada com a sua própria sedução, que é comparada a um código e uma técnica. Através de metáforas e uma linguagem poética rica, o autor expressa a ideia de que a sedução é uma forma de arte que envolve a entrega e a pa...

Rasgos de (In)sanidade

Nicola Ranaldi Das novas vias para velhos caminhos, Como um mergulho no mar da escuridão. Faz do dia o que faria com o meu, com carinho. Abre novos olhos, olhos de aurora, Cristalinos e vivos, Sempre como foram outrora Não chores! Sobrará sempre tempo para ouvir o lento lamento. Porque a vida será uma vítima E a ambição será a inveja! Agora... Faz do dia uma união com a noite, um pacto, Quente, morno e eterno. Sonha... E vem ao meu castelo encantado, Veste-te de medieval, Transparente, transeunte, indignada, coerente e letal. Come lascivamente, Sem tabu, come docilmente. Vem... Estende tua mão. Dá-me o teu desejo. Vem, exorcizar. Dá-me a boca E a rosa louca. Um beijo E um raio de sol. Nos teus cabelos, Como um brilhante. Explode em sete cores Revelando então os sete mil amores Que eu guardei somente pra te dar O poema "Rasgos de (In)sanidade" é uma obra que expressa emoções intensas e complexas. Através de uma linguagem rica em metáforas e imagens poéticas, o poema evoca sent...

Policromo

andrel · Policromo O teu olhar denuncia, o desejo alongado dos poros que vertem magia, fico pensativo e corado. Numa promessa silenciosa, de ilimitadas caricias, desfaço e descubro, atreves, atiças, e a pele eriça. Nossas bocas incendeiam, e em fogo, condimenta, pouco a pouco, colhendo, o néctar que alimenta. Sinto o teu cheiro, boca desejosa, lingua dormente, Lábios que sentem, mordendo, Numa fúria tão envolvente, como a paixão ardente, Cai, descansei no teu ventre. Minhas asas batem em vôo livre quando desço os desfiladeiro do devaneio. Quero que fiques na minha imaginação em castelos de principes, castelos de areia castelo no coração. Nos meus pensamentos mais secretos, fantasias d´outros tempos num mundo encantado, com mágicos, fadas e duendes num cenário imaginado, eu sei bem que me entendes. Vôo livre solto como o vento, toco, sinto e invento. crio uma moldura quente ou fria um sonho repleto de prazer colhido pela fantasia, faço o que bem entender sou [Quase]poeta e ...

Uma mente burlesca

William Bouguereau Invading Cupid´s Realm 1892 Posterior ao encontro mundano e a tua franqueza explícita tivemos uma visão intrínseca do mundo e do ser pioneiro. O corpo, um desígnio da decrépita percepção verbal[*], estranhíssimo à alma gigantesca; uma mente burlesca; resultante do sentimento intemporal. Uma malícia que se esconde na memória; Um sorriso instigante nos lábios da vida; Um reflexo da existência nunca esquecida; O sentido melancólico de glória. Gerúndio do tempo; Da espiral espaço-temporal, Cronologia sem igual Assaltando-nos em tormento. Vai-se a vida, Da nossa alma, querida. É uma vida, vivida e sofrida, do presente ao passado, recordado de bom grado, como um mistério revelado. Senti esse sabor, perdido no tempo. Com um gesto secular (como a sensação de viver um momento durante séculos), vislumbro a noite que há-de vir. Premeditando ou profetizando, sou o que sou e gritarei versos poeticos para suavizar a carícia. Indignados, vivemos neste Fado (sorte, agouro; aquilo qu...