Avançar para o conteúdo principal

O toque no intimo


(Bareta Valery - "Nude")


Um sentimento breve
que toca n´alma,
como um chicote de fogo
que invade os sonhos
de corpo e alma.
Tornando os desejos,
breves segundos de êxtase
no prazer do encontro final,
envolve o abraço,
no corpo percorrido pela língua.
entorpecido pelos sentidos,
e quando abafa os gemidos.
Colher um sentimento sem pudor
no leito do corpo sedutor.
É como extrair a fonte de poder.
Muito mais que o querer
essa vontade de sedução devassa.
Sentido mais quando abraças
nesses choques térmicos,
nossas razões, nesse momento
de desvaneios hipotéticos.
Rendido aos caprichos da fantasia,
é como sentir na pele o toque que arrepia.

Eu sou Homem tu és Mulher.
Como um garfo e uma colher
que colhe o alimento.
Enche a barriga em nostálgicas fases,
na louca maravilha do planeta.
A que toda a alma atormenta.
Sentir fome, sede e cansaço
é sentir o toque no intimo.
Isto é amor no minimo.

-x-

"O Toque no Íntimo" é uma obra poética que explora a profundidade do desejo e da conexão emocional entre duas pessoas. Neste poema, Mestrinho utiliza uma linguagem carregada de sensibilidade e sensações, trazendo à tona a intensidade do toque físico como um meio de comunicação íntima que transcende palavras. Através de metáforas e imagens evocativas, o autor mergulha no universo da paixão, revelando como um simples toque pode desencadear uma gama completa de emoções.

Ao longo do poema, a ideia de intimidade é explorada de maneira a mostrar que o toque vai além do físico; ele é um vetor de sentimentos, um elo que une duas almas. Mestrinho retrata o momento em que os corpos se encontram, enfatizando a eletricidade e a magia que surgem nesse contato. As descrições são vívidas, permitindo que o leitor sinta a intensidade do momento, como se estivesse testemunhando ou vivenciando essa conexão em primeira mão.

O autor também aborda a vulnerabilidade que vem com esse tipo de intimidade. O toque, embora prazeroso, carrega consigo uma carga emocional significativa, revelando medos, desejos e anseios. Mestrinho consegue transmitir a fragilidade do momento em que duas pessoas se entregam uma à outra, evidenciando que, para que haja um verdadeiro toque íntimo, é necessário haver confiança e entrega mútua.

Além disso, o poema explora a dualidade entre a dor e o prazer. O toque pode ser uma fonte de prazer avassalador, mas também pode trazer à tona memórias e sentimentos de perda ou saudade. É nesse contraste que o autor encontra beleza, mostrando como as experiências passadas moldam a forma como vivemos o amor e a intimidade no presente.

Com um ritmo envolvente e uma musicalidade intrínseca nas palavras, "O Toque no Íntimo" convida o leitor a refletir sobre a complexidade do desejo e da conexão humana. A obra destaca a importância de se viver os momentos de forma plena e consciente, celebrando a beleza do toque e a intimidade que ele pode proporcionar. Mestrinho consegue criar uma atmosfera que mistura sensualidade com emoção, levando o leitor a uma jornada de descoberta do que realmente significa tocar o outro e ser tocado.

Em suma, "O Toque no Íntimo" é uma celebração da conexão emocional e física que existe entre as pessoas. É uma obra que fala sobre amor, desejo, vulnerabilidade e a profundidade das relações humanas, desafiando o leitor a sentir e experimentar a intensidade que o toque íntimo pode trazer. Através desta poesia, Mestrinho nos lembra que o toque é uma linguagem própria, capaz de expressar o que muitas vezes não conseguimos dizer verbalmente, fazendo-nos apreciar a beleza e a complexidade do ser humano e suas relações.

© Mestrinho

Comentários

BlueShell disse…
Tenho de concordar...perante tudo isso...só pode ser amor...no mínimo!
Com o carinho de
BShell*]*[*]*[*]
Anónimo disse…
hello darling, tudo bem?
passando para ver as novas ....
Hummmmm blog fechado???? Because?
abços e uma ótima quinta para ti.
Bye
Papoila disse…
Sim Mestrinho é sem dúvida Amor, e não descrito pelo mínimo, mas pelo fundamental..."O toque no íntimo"! Beijo

Baú das recordações

Será estar apaixonado por aquilo que se vive a melhor garantia de juventude?

Uma curiosidade nasceu deste encontro. Mas nunca teria eu pensado no que viria a seguir. Os meus pensamentos que tinham partido para as praias onde se transformavam no elemento vento. Sonhava com o espaço do mar, com a força das velas, com a proa que assalta as vagas como uma faca que aponta em frente. A noite desceu enquanto o mar subia e se escavava. Um som de ondas quebradas contra as rochas, a oscilação e vaivém nas ondas. No clarão imperceptível que a lua derrama pela escotilha, eu distinguia o teu corpo que era como que um mar por cima de ti. Segui em tua direcção e perguntei: - Viste o meu recado? Sorriste e fizestes que sim com a cabeça. Retribui o sorriso e não soube o que fazer. Sabia que uma mulher é uma flor frágil, que talvez só possa ser colhida de madrugada, nos dias de muito orvalho quando a lua veio acariciar a pele clara, poli-la durante durante a noite de dar uma beleza de marfim ou de pérola. Abriste a mensagem para ti destinada, dobrada em quatro, volta...

Distorção cognitiva

19 anos depois de escrever este poema (escrito em 2006), foi transformado em música (2025). Espero que gostem tanto como eu gostei Da elaborada síntese, Eis que surge, O manifesto, o esboço, de forma muito inesperada, como que perdida pela estrada. Riscada de uma grafite, brilhante e deslumbrante. Onde surge o infinito da matéria compactada Onde nasce o Big Bang, somente em quantidades definidas. Apenas em números inteiros, Proporcional ao liquido Do meu tinteiro. Não, não é apenas uma vontade condimentada nem uma ideia inventada. Nem uma gramática semântica, ou uma equação quântica. É apenas um sentimento que, aflora pela pele, Um sentido puro, Quando... No inicio de tudo... Ela aparece, Ela que surge de rompante e serpenteia pela mente, este sentimento demente. Que causa o movimento impulsivo, E o pensamento conclusivo. Do gesto às palavras, perdura o incitável, O verso doce, A palavra que embala, O gesto que não acaba. Entendes agora porque é insustentável o sentimento de to...

O verso do verbo

Três circunstâncias têm o verso do verbo. Tem conceito, harmonia e sentido… Tem conceito: consequentemente, para dizer que é rítmico e o acento sabe à música na alma… Tem harmonia: consequentemente, palavras que dão forma às melodias, graves ou agudas… Melodias na alma que enche o ego, a quem lê e a quem escreve. Tem sentido: pela razão, palavras que expressam sentimentos, narram histórias, com a fantasia do verbo, que vai da prosa ao reverso… Genuíno e com sentimento, o verbo chega profundo na alma, com magnitude estrondosa, do verso até a prosa. O verbo que voa livre... … Porque livre é o verso e livre será a alma! Livre é o verbo de escritos novos, com dizeres sábios dos povos. Onde, revivem mil histórias, histórias de vidas e de glórias… Histórias do amor, com alegria e dor. Que detalha com calma A música que vai na alma… As história que narraram sobre a chave do sol, com palavras de afeição, esse sussurro nas frases ecoando épocas doces, outras melodias, pois, livre será sempre o ...

Uma historia de amor...

Por Adam Martinakis Explore Photo Realistic Surrealism Em verso livre, harmonia e sentido… consequentemente, soltam-se rimas, ou talvez não, para dizer em ritmo, da música à alma. Consequentemente, das palavras que dão forma, que do nada se transformam em tudo, palavras que narram a história, à feição dela, com sonoridades sábias. Mas a jovem, nesse momento transgride, os seus ideais, mil vezes sonhados. quando chega, profunda na alma, tal como ela suspira, “É liberdade, possuir, por momentos fortes, com sensualidade de seda, como uma Histórias de amor, uma história cheia de melodias.” São estas palavras de afeição, esse sussurro nas frases, que nos dá um “ar” de perfeição. Não esquecendo, os sentimentos vergonhosos(bons, não?), consequentemente, da causa ao efeito, onde... nem tudo é pensado, sentido, escrito, descrito, captado, respondido. Gosto quando ela, aparece e transparece a beleza, aparência, charme e encanto, com riqueza nas ideias, com mestria nos gestos, com os seu...

Regresso as origens

Ah, minha menina, Que vieste assim, tão de repente, Que dominaste por completo. As mais belas coisas me ensinaste, De saudades estou repleto Me provocas, Abres as janelas... E do desgastado passeio cheio de limo, Colho pedaços imperdíveis da infância Onde vimos as sombras dos grandes pinheiros... O cheiro forte das abelhas sorvendo o néctar Como o néctar de Vénus precipitando o mel Sentimento amplificado De passado sagrado...? Ah, minha menina, Velhos dissabores evaporam. Anseios desvanecem Foi como ontem as aventuras, Perfumadas de travessuras. Foi como ontem alma gentil, guardei esta paixão que não dormiu Ah, minha menina, Hoje será o abraço forte, a emoção Poderá ser uma contradição, Ver-te assim menina madura Em corpo de Mulher segura. Dilacerando a saudade Num beijo sem piedade. Sonolento, cantava esta canção e ouvia. O doce relógio da vida E que logo marcaria mais uma volta. Sem retorno O poema "Regresso às origens" é uma obra que evoca sentimentos nostálgicos e reflexõ...

Armada de sedução

Foto - Jaeda De Walt No limiar de tudo o que era esperado, em forma astuta foi revelado que ela tem código, ela tem técnica. Posso despejar toneladas de tinta, sem conseguir escrever uma frase completa, lembrar que és como a Água , fonte de subtil desejo. Adora "devorar" por completo e fazer da Terra o Fugaz desejo, Mulher armada de sedução, cheia de Ar , alma e ambição que no beijo se completa, o fogo ardente que consome, que finge ser apanhada e no fim lança o derradeiro ataque. Verdadeiramente. És armada de sedução. Post recolocado para homenagear o Dia da Mulher... (Falta de tempo!) O poema "Armada de Sedução" é uma obra que explora a sensualidade e a complexidade do desejo feminino. Nele, a mulher é retratada como uma figura poderosa e astuta, armada com a sua própria sedução, que é comparada a um código e uma técnica. Através de metáforas e uma linguagem poética rica, o autor expressa a ideia de que a sedução é uma forma de arte que envolve a entrega e a pa...

Rasgos de (In)sanidade

Nicola Ranaldi Das novas vias para velhos caminhos, Como um mergulho no mar da escuridão. Faz do dia o que faria com o meu, com carinho. Abre novos olhos, olhos de aurora, Cristalinos e vivos, Sempre como foram outrora Não chores! Sobrará sempre tempo para ouvir o lento lamento. Porque a vida será uma vítima E a ambição será a inveja! Agora... Faz do dia uma união com a noite, um pacto, Quente, morno e eterno. Sonha... E vem ao meu castelo encantado, Veste-te de medieval, Transparente, transeunte, indignada, coerente e letal. Come lascivamente, Sem tabu, come docilmente. Vem... Estende tua mão. Dá-me o teu desejo. Vem, exorcizar. Dá-me a boca E a rosa louca. Um beijo E um raio de sol. Nos teus cabelos, Como um brilhante. Explode em sete cores Revelando então os sete mil amores Que eu guardei somente pra te dar O poema "Rasgos de (In)sanidade" é uma obra que expressa emoções intensas e complexas. Através de uma linguagem rica em metáforas e imagens poéticas, o poema evoca sent...

Policromo

andrel · Policromo O teu olhar denuncia, o desejo alongado dos poros que vertem magia, fico pensativo e corado. Numa promessa silenciosa, de ilimitadas caricias, desfaço e descubro, atreves, atiças, e a pele eriça. Nossas bocas incendeiam, e em fogo, condimenta, pouco a pouco, colhendo, o néctar que alimenta. Sinto o teu cheiro, boca desejosa, lingua dormente, Lábios que sentem, mordendo, Numa fúria tão envolvente, como a paixão ardente, Cai, descansei no teu ventre. Minhas asas batem em vôo livre quando desço os desfiladeiro do devaneio. Quero que fiques na minha imaginação em castelos de principes, castelos de areia castelo no coração. Nos meus pensamentos mais secretos, fantasias d´outros tempos num mundo encantado, com mágicos, fadas e duendes num cenário imaginado, eu sei bem que me entendes. Vôo livre solto como o vento, toco, sinto e invento. crio uma moldura quente ou fria um sonho repleto de prazer colhido pela fantasia, faço o que bem entender sou [Quase]poeta e ...

Uma mente burlesca

William Bouguereau Invading Cupid´s Realm 1892 Posterior ao encontro mundano e a tua franqueza explícita tivemos uma visão intrínseca do mundo e do ser pioneiro. O corpo, um desígnio da decrépita percepção verbal[*], estranhíssimo à alma gigantesca; uma mente burlesca; resultante do sentimento intemporal. Uma malícia que se esconde na memória; Um sorriso instigante nos lábios da vida; Um reflexo da existência nunca esquecida; O sentido melancólico de glória. Gerúndio do tempo; Da espiral espaço-temporal, Cronologia sem igual Assaltando-nos em tormento. Vai-se a vida, Da nossa alma, querida. É uma vida, vivida e sofrida, do presente ao passado, recordado de bom grado, como um mistério revelado. Senti esse sabor, perdido no tempo. Com um gesto secular (como a sensação de viver um momento durante séculos), vislumbro a noite que há-de vir. Premeditando ou profetizando, sou o que sou e gritarei versos poeticos para suavizar a carícia. Indignados, vivemos neste Fado (sorte, agouro; aquilo qu...