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Despido





Como o reflexo de um espelho
Minha alma revela-se tua
Sensação contida
na frieza nua e crua

Uma vontade enorme de dar amor
De sentir a sensualidade contida
Deixar fluir na embriagues do corpo ardente
Nas mãos leves a carícia atrevida

Sugado do ser delirante
como fogo em brasa, soltam-se as mágoas
Numa viagem cósmica de louca paixão
beber no poço do amor, a fresca água

Vontade que alimenta a fogueira acesa no corpo
Que arde e cai como poeira

Como as cinzas de um vulcão,
despido em louca explosão,
Adormecido e
Despido dessa inquietação


O poema "Despido" de Mestrinho é uma obra que explora a vulnerabilidade emocional e a intimidade que surge ao se expor de maneira autêntica e sincera. Desde o início, o autor utiliza uma linguagem poética rica e evocativa para transmitir a ideia de nudez não apenas física, mas também emocional. O título em si sugere um despojamento, onde camadas de defesa são retiradas, e a alma é revelada em sua forma mais pura.

No decorrer do poema, Mestrinho mergulha em reflexões sobre o amor, a solidão e a busca por conexão. A nudez aqui simboliza mais do que a aparência; é uma metáfora para a transparência emocional, onde os sentimentos mais profundos e as inseguranças são expostos. O autor fala sobre a necessidade de se despir das máscaras que usamos no dia a dia, revelando o eu verdadeiro, com todas as suas imperfeições e fragilidades.

As imagens utilizadas são vívidas e evocativas, permitindo que o leitor sinta a intensidade das emoções descritas. Mestrinho é hábil em capturar momentos de introspecção e vulnerabilidade, levando o leitor a refletir sobre sua própria experiência com a intimidade e a entrega. Através de versos bem elaborados, o autor expressa o desejo de ser visto e compreendido, enfatizando que o verdadeiro amor e a conexão só são possíveis quando nos permitimos mostrar quem realmente somos.

Cada estrofe do poema é impregnada de uma sensação de anseio e coragem, à medida que Mestrinho explora o que significa estar "despido" emocionalmente. Essa entrega não vem sem seu conjunto de medos e inseguranças, e o autor reconhece a luta interna que muitas vezes acompanha o ato de se expor. No entanto, há uma beleza intrínseca nesse processo, uma libertação que resulta da aceitação de si mesmo e da coragem de se mostrar ao outro.

À medida que o poema avança, a reflexão sobre a nudez emocional se entrelaça com a ideia de amor, onde a verdadeira intimidade é alcançada quando ambos os parceiros estão dispostos a se despir de suas barreiras. Mestrinho sugere que, ao fazê-lo, cria-se um espaço sagrado onde os sentimentos podem fluir livremente, dando origem a uma conexão profunda e significativa.

O desfecho do poema deixa o leitor com uma sensação de esperança e renovação, ressaltando que a vulnerabilidade, embora possa ser assustadora, é também uma porta de entrada para experiências mais enriquecedoras e verdadeiras. "Despido" é, assim, uma celebração da autenticidade e da coragem de amar, um lembrete de que, ao abrirmos nossos corações e mostrarmos nossas verdadeiras essências, podemos encontrar beleza e profundidade nas relações humanas.

Em suma, "Despido" é uma reflexão poderosa sobre a nudez emocional, a vulnerabilidade e a busca pela verdadeira intimidade, que ressoa com as experiências universais das relações humanas. É uma obra que convida à introspecção e à valorização dos sentimentos, celebrando a beleza de ser autêntico e de se mostrar verdadeiramente a alguém.

© Mestrinho

Comentários

Anónimo disse…
Gostei muito.
Obrigada pela visita no meu espaço. Volta sempre, és bem-vindo.

* *
Anónimo disse…
Olá!
Hoje parto por aí em busca da poesia, ao encontro dos poetas e dos meus amigos.
No amor temos sempre desnudar. No amor há apenas dar para colher. No amor nada se exige tudo se tem porque tudo se dá. A saber: a minha mãe acolheu-me nu e amou-me sempre. A saber: o amor só é amor despido de preconceitos.
Obrigado pela tua visita e só a minha falta de saúde impede que venha mais vezes.
Rogério Simões
Anónimo disse…
Que mais palavras se podem dizer? Mais do que despir o corpo, é saber que a outra pessoa está nua em todo o seu ser, sentir que é tranparente para nós, puder descrever as linhas do seu traço emocional...Muito bonito o poema, gostei muito do que li para além deste poema.Prometo ´cá voltar, espero uma visita tua =).*
Anónimo disse…
Perante esta perfeita parte estética, que me deixou excelentemente surpreendida qualquer texto ficaria agradável de ser lido. No entanto, isso foi soberbamente superado... O texto foi lido magnificamente. Assim como todos os anteriores que me quedei a ler, por tempo indefinido... perdi horas de sono e estudo... mas ganhei todo o sentimento escrito que podia querer ver refletido em algum lugar. Parabéns. Lindo. Sem mais palavras para descrever tal dom...
Anónimo disse…
Como posso comentar um poema destes? Lindooo!! Abraço :-)))
Anónimo disse…
Não há palavras, os teus poemas são tão ardentes, que ao lê-los quase dá a sensação de estarmos a viver o que se lê. Excelente poema, Fica bem fuiiiiiii
Anónimo disse…
Nossa seus poemas são otimos... adorei aquele: Hardcore e o teu conceito de mim... e mesmo não tendo muito sobre vc aqui não importa... pq quando não tem conceito e gestos existe sempre a poesia! Bjus e obrigada pela visita no meu blog... até!
Anónimo disse…
Nossa, que belo poema. Embalado pela músic de fundo da Narah J ficou melhor ainda.
Ai que saudade do meu pretinho...
heheh
Hasta La vista.
Anónimo disse…
Não te sabia de volta... ando meio desactualizado. E regressas em grande, cheio de inspiração, estou a ver! Cumprimentos (Fallen Angel, ex 'the darkside')
Anónimo disse…
Voltarei porque gosto de passar por aqui.
Anónimo disse…
Olá
Bgd por ter deixa do um comentario no meu blog..
Eu gostei muito do teu blog tas de arabens... bjs
Anónimo disse…
Obrigaddoooo pela visita adorei o teu blog..
bjosss
Anónimo disse…
Olá.. Gostei mto do teu blog, está mta fixe mesmo. Bem poderias ensinar a fazer essas coisas todas... Escreve é mais dificil, por que escreves lindamente, adorei este poema, mto fixe. Vem ver o meu blog.
Bjocas
Anónimo disse…
Passei para desejar uma Páscoa Feliz!

Baú das recordações

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Uma curiosidade nasceu deste encontro. Mas nunca teria eu pensado no que viria a seguir. Os meus pensamentos que tinham partido para as praias onde se transformavam no elemento vento. Sonhava com o espaço do mar, com a força das velas, com a proa que assalta as vagas como uma faca que aponta em frente. A noite desceu enquanto o mar subia e se escavava. Um som de ondas quebradas contra as rochas, a oscilação e vaivém nas ondas. No clarão imperceptível que a lua derrama pela escotilha, eu distinguia o teu corpo que era como que um mar por cima de ti. Segui em tua direcção e perguntei: - Viste o meu recado? Sorriste e fizestes que sim com a cabeça. Retribui o sorriso e não soube o que fazer. Sabia que uma mulher é uma flor frágil, que talvez só possa ser colhida de madrugada, nos dias de muito orvalho quando a lua veio acariciar a pele clara, poli-la durante durante a noite de dar uma beleza de marfim ou de pérola. Abriste a mensagem para ti destinada, dobrada em quatro, volta...

Distorção cognitiva

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