Avançar para o conteúdo principal

Sede sem igual



Uma confissão vou fazer
No amor e no querer.
No sopro de uma mulher
Guardo um desejo firme como rocha
De um dedo perdido nas tuas delicias
No acto da língua e as carícias
Emociona o coração
Nesta vontade de perdição.
Que flúi sílabas nos teus anseios
Neste sentimento cheio como os teu seios
Corri do sol a lua
Na tua pele toda nua
Dei um olhar fotografado
Mesmo sem ser programado.
Vem, corre, dança este fado
Sente o tango que soa em harmonia
Deixa-me sentir também essa alegria
Do gosto saboroso da timidez
Mesmo quando é a minha vez
De nadar na tua boca sem horizonte
Da terra ao céu, como uma ponte
Desta sede sem igual
Como a sede de um animal
Deste encontro que não se mede
Nem tão pouco se perde
Sentir assim febril e excitado
É como sentir por ti encarcerado.

-x-

"Sede Sem Igual" é um poema de Mestrinho que explora a profundidade e a intensidade do desejo humano, utilizando uma linguagem poética cheia de imagens evocativas e metáforas ricas. A obra se destaca pela forma como captura a essência da necessidade emocional e física, apresentando o desejo não apenas como uma mera busca de prazer, mas como uma expressão vital da experiência humana.

O poema começa por estabelecer um tom de urgência e anseio. As palavras escolhidas refletem uma sensação de sede — uma metáfora poderosa que sugere não apenas a fome por amor, mas a carência de conexão profunda e significativa. Esse desejo é descrito de maneira quase visceral, enfatizando como ele permeia o ser, fazendo com que o indivíduo sinta a falta da presença do outro de forma quase palpável.

À medida que o poema avança, Mestrinho utiliza a natureza como um recurso literário para ilustrar o estado emocional do eu lírico. A referência a elementos naturais contribui para a criação de uma atmosfera onde o desejo é tanto uma força inexorável quanto uma expressão de beleza. A beleza do amor e da sedução é apresentada como um fenômeno que transcende o físico, envolvendo também a espiritualidade e a busca por pertencimento.

A estrutura do poema permite que o leitor sinta o ritmo da sede e do desejo crescendo, levando a uma culminância emocional. Mestrinho brinca com a sonoridade das palavras, criando um fluxo que reflete a intensidade dos sentimentos que estão sendo explorados. Essa musicalidade intrínseca ao poema faz com que o seu conteúdo ressoe não apenas na mente, mas também no coração do leitor.

Além disso, "Sede Sem Igual" é uma reflexão sobre os próprios limites do amor e do desejo. O eu lírico confronta a natureza dessa sede, reconhecendo que, embora possa ser insaciável, ela é essencial para a experiência de estar vivo. O poema não oferece respostas simples, mas convida à contemplação sobre a complexidade dos relacionamentos humanos, a dualidade entre satisfação e insatisfação, e a eterna busca por uma conexão que ressoe em um nível mais profundo.

Em suma, "Sede Sem Igual" é uma obra que infiltra sensações e imagens nas mentes e corações dos leitores, desafiando-os a refletir sobre suas próprias experiências de desejo e amor. Através de uma linguagem rica e evocativa, Mestrinho nos apresenta uma visão do desejo humano que é ao mesmo tempo universal e pessoal, sublinhando a importância de se expressar essas emoções de forma honesta e aberta. O poema captura a essência do que significa ansiar por algo ou alguém, ao mesmo tempo em que celebra a beleza e a intensidade dessa busca.

© Mestrinho

Comentários

Anónimo disse…
está tudo lindo, o texto, o blog a imagem.. apetece ficar por aqui! Já agora boa viagem é sempre bom realizar os sonhos! Beijos
Anónimo disse…
Mestrinho! É de mestre o teu poema. Adorei sobretudo "Corri do sol á lua na tua pele toda nua". E nessa tua vontade , nesse teu desejo, nessa tua viajem, pois delicias-nos a todos com este belíssimo poema. Foi mesmo um grande prazer. Um abraço, e boas Pascoas.
Papoila disse…
Mestrinho sempre que aqui venho fico fascinada e tenho de agradecer-te o destaque. Do poema que me tocou retiro estes dois versos:
"Deste encontro que não se mede
Nem tão pouco se perde"
Beijo
Anónimo disse…
Lindo poema, um encanto, fiquei fascinada com o teu blog, muito simple e bonito. Completo de versos sentidos, tens uma forma de escrever muito envolvente Um abraço
Anónimo disse…
Os dez blogues eleitos desta semana, depois de uma selecção rigorosa, no meu BLOGS OF NOTE
Os meus mais sinceros parabéns.

Beijos, continuem assim que vão no bom caminho...
http://ababushka.blogs.sapo.pt/blogten.html
Anónimo disse…
Olá!
primeiro de tudo quero dizer que o seu blog esta muito bonito gostei muito dos poemas, são lindissimos... e se não for pedir muito gostaria que me ajuda-se numa duvida a respeito do blog...
Anónimo disse…
o poema é mt giro...parabéns jinhos
Anónimo disse…
ola! piu piu! =)) lol fiquei curiosa! beijos***** p.s: ja nao consigo passar sem os teus posts......lol
Anónimo disse…
Obrigado pelo link!
Acabei de te incluir entre os meus!
Beijos....
Anónimo disse…
Só para deixar uma beijoca ;) ****
Anónimo disse…
Quando é o dia da festa ? Há festa rija? ... Bj.
Anónimo disse…
Q bom!! espero ser convidada pa festa!! :) lol este poema é mais uma amostra do blog fantastico q tens.. adorei.beijokas grandes pa ti migo.
Anónimo disse…
Espectacular. Os poemas são lindos.
Anónimo disse…
Até me deu sede!!!! No teu poema bebe-se sedução como sempre, sensualidade e erotismo...Não tenho outros adjectivos, continuas a escrever maravilhosamente ...deslumbrantemente...continua por favor. Bjssssssssss
Anónimo disse…
Há textos que nem precisam de comentários, este é um deles, tem todo o sentimento. Bjinhos
Anónimo disse…
Há textos que nem precisam de comentários, este é um deles, tem todo o sentimento. Bjinhos
Anónimo disse…
Oiiiaaaa!!! Vejo que a tua inspiração continua fantastica....poema cheio de sensualidade e sentimento...os pelos até se me arrepiam...ehehehehe. beijokas!!
Anónimo disse…
Muito bem, sim senhor, adorei o poema, bastante profundo,continua.......
Anónimo disse…
O poema está lindissimo!
Anónimo disse…
{ ...
sinto[-me] amarrar, apertar com nó ou laçada
em teu desejo, impele, neste nunca desatar e
caminho, rodeio, talvez enleio [neste teu] beijar
© de[mente]
...}
Anónimo disse…
Parabéns. Há muito q não via tanta beleza, suavidade e bom gosto juntos.
Lindo,lindo, lindo e lindo seu blog é realmente um espetáculo!! Há uns dias que nao te visitava mas é sempre uma delícia sentir essa paixão.
Beijos
Anónimo disse…
amei mm d coração... ;) beijuxxxxxxxxx
Anónimo disse…
Voltaste amigo. É certo que de cara lavada e se calhar com outra disposição, mas voltaste. Ainda bem. Vejo que o teu blog evolui a cada segundo, mais e mais. 1 grande abraço amigo Eca.
Anónimo disse…
Só para te dar uma beijoca. O Blog continua lindo, otra coisa não seria de esperar! Beijão
Anónimo disse…
Um perder-te entre o amor que encontras na mulher que amas..Um fazer poesia do seu corpo, um saciae-se na sua boca, amor carnal e ao mesmo tempo espiritual, tão perfeito no seu conjunto que inunda a alma :) Um beijo doce
Anónimo disse…
Que sensualidade de poema... transporta-nos a caminhos de um imaginário de desejos.

Gostei muito.

Abraços ;-)
Anónimo disse…
Mestrinho,
Então ficamos à espera do teu regresso, para nos contares tudo. Espero que consigas realizar todos os teus sonhos nessa longa viagem.
Abraço.
Anónimo disse…
Entrei por acaso e adorei este teu blog... é lindo, maravilhoso como tu certamente também
Poemas e fotos lindos...
Estou apaixonada...
beijinho
www.paula-travelho.blogs.sapo.pt
www.fenix-do-amor.blogs.sapo.pt

Baú das recordações

Será estar apaixonado por aquilo que se vive a melhor garantia de juventude?

Uma curiosidade nasceu deste encontro. Mas nunca teria eu pensado no que viria a seguir. Os meus pensamentos que tinham partido para as praias onde se transformavam no elemento vento. Sonhava com o espaço do mar, com a força das velas, com a proa que assalta as vagas como uma faca que aponta em frente. A noite desceu enquanto o mar subia e se escavava. Um som de ondas quebradas contra as rochas, a oscilação e vaivém nas ondas. No clarão imperceptível que a lua derrama pela escotilha, eu distinguia o teu corpo que era como que um mar por cima de ti. Segui em tua direcção e perguntei: - Viste o meu recado? Sorriste e fizestes que sim com a cabeça. Retribui o sorriso e não soube o que fazer. Sabia que uma mulher é uma flor frágil, que talvez só possa ser colhida de madrugada, nos dias de muito orvalho quando a lua veio acariciar a pele clara, poli-la durante durante a noite de dar uma beleza de marfim ou de pérola. Abriste a mensagem para ti destinada, dobrada em quatro, volta...

Distorção cognitiva

19 anos depois de escrever este poema (escrito em 2006), foi transformado em música (2025). Espero que gostem tanto como eu gostei Da elaborada síntese, Eis que surge, O manifesto, o esboço, de forma muito inesperada, como que perdida pela estrada. Riscada de uma grafite, brilhante e deslumbrante. Onde surge o infinito da matéria compactada Onde nasce o Big Bang, somente em quantidades definidas. Apenas em números inteiros, Proporcional ao liquido Do meu tinteiro. Não, não é apenas uma vontade condimentada nem uma ideia inventada. Nem uma gramática semântica, ou uma equação quântica. É apenas um sentimento que, aflora pela pele, Um sentido puro, Quando... No inicio de tudo... Ela aparece, Ela que surge de rompante e serpenteia pela mente, este sentimento demente. Que causa o movimento impulsivo, E o pensamento conclusivo. Do gesto às palavras, perdura o incitável, O verso doce, A palavra que embala, O gesto que não acaba. Entendes agora porque é insustentável o sentimento de to...

O verso do verbo

Três circunstâncias têm o verso do verbo. Tem conceito, harmonia e sentido… Tem conceito: consequentemente, para dizer que é rítmico e o acento sabe à música na alma… Tem harmonia: consequentemente, palavras que dão forma às melodias, graves ou agudas… Melodias na alma que enche o ego, a quem lê e a quem escreve. Tem sentido: pela razão, palavras que expressam sentimentos, narram histórias, com a fantasia do verbo, que vai da prosa ao reverso… Genuíno e com sentimento, o verbo chega profundo na alma, com magnitude estrondosa, do verso até a prosa. O verbo que voa livre... … Porque livre é o verso e livre será a alma! Livre é o verbo de escritos novos, com dizeres sábios dos povos. Onde, revivem mil histórias, histórias de vidas e de glórias… Histórias do amor, com alegria e dor. Que detalha com calma A música que vai na alma… As história que narraram sobre a chave do sol, com palavras de afeição, esse sussurro nas frases ecoando épocas doces, outras melodias, pois, livre será sempre o ...

Uma historia de amor...

Por Adam Martinakis Explore Photo Realistic Surrealism Em verso livre, harmonia e sentido… consequentemente, soltam-se rimas, ou talvez não, para dizer em ritmo, da música à alma. Consequentemente, das palavras que dão forma, que do nada se transformam em tudo, palavras que narram a história, à feição dela, com sonoridades sábias. Mas a jovem, nesse momento transgride, os seus ideais, mil vezes sonhados. quando chega, profunda na alma, tal como ela suspira, “É liberdade, possuir, por momentos fortes, com sensualidade de seda, como uma Histórias de amor, uma história cheia de melodias.” São estas palavras de afeição, esse sussurro nas frases, que nos dá um “ar” de perfeição. Não esquecendo, os sentimentos vergonhosos(bons, não?), consequentemente, da causa ao efeito, onde... nem tudo é pensado, sentido, escrito, descrito, captado, respondido. Gosto quando ela, aparece e transparece a beleza, aparência, charme e encanto, com riqueza nas ideias, com mestria nos gestos, com os seu...

Regresso as origens

Ah, minha menina, Que vieste assim, tão de repente, Que dominaste por completo. As mais belas coisas me ensinaste, De saudades estou repleto Me provocas, Abres as janelas... E do desgastado passeio cheio de limo, Colho pedaços imperdíveis da infância Onde vimos as sombras dos grandes pinheiros... O cheiro forte das abelhas sorvendo o néctar Como o néctar de Vénus precipitando o mel Sentimento amplificado De passado sagrado...? Ah, minha menina, Velhos dissabores evaporam. Anseios desvanecem Foi como ontem as aventuras, Perfumadas de travessuras. Foi como ontem alma gentil, guardei esta paixão que não dormiu Ah, minha menina, Hoje será o abraço forte, a emoção Poderá ser uma contradição, Ver-te assim menina madura Em corpo de Mulher segura. Dilacerando a saudade Num beijo sem piedade. Sonolento, cantava esta canção e ouvia. O doce relógio da vida E que logo marcaria mais uma volta. Sem retorno O poema "Regresso às origens" é uma obra que evoca sentimentos nostálgicos e reflexõ...

Armada de sedução

Foto - Jaeda De Walt No limiar de tudo o que era esperado, em forma astuta foi revelado que ela tem código, ela tem técnica. Posso despejar toneladas de tinta, sem conseguir escrever uma frase completa, lembrar que és como a Água , fonte de subtil desejo. Adora "devorar" por completo e fazer da Terra o Fugaz desejo, Mulher armada de sedução, cheia de Ar , alma e ambição que no beijo se completa, o fogo ardente que consome, que finge ser apanhada e no fim lança o derradeiro ataque. Verdadeiramente. És armada de sedução. Post recolocado para homenagear o Dia da Mulher... (Falta de tempo!) O poema "Armada de Sedução" é uma obra que explora a sensualidade e a complexidade do desejo feminino. Nele, a mulher é retratada como uma figura poderosa e astuta, armada com a sua própria sedução, que é comparada a um código e uma técnica. Através de metáforas e uma linguagem poética rica, o autor expressa a ideia de que a sedução é uma forma de arte que envolve a entrega e a pa...

Rasgos de (In)sanidade

Nicola Ranaldi Das novas vias para velhos caminhos, Como um mergulho no mar da escuridão. Faz do dia o que faria com o meu, com carinho. Abre novos olhos, olhos de aurora, Cristalinos e vivos, Sempre como foram outrora Não chores! Sobrará sempre tempo para ouvir o lento lamento. Porque a vida será uma vítima E a ambição será a inveja! Agora... Faz do dia uma união com a noite, um pacto, Quente, morno e eterno. Sonha... E vem ao meu castelo encantado, Veste-te de medieval, Transparente, transeunte, indignada, coerente e letal. Come lascivamente, Sem tabu, come docilmente. Vem... Estende tua mão. Dá-me o teu desejo. Vem, exorcizar. Dá-me a boca E a rosa louca. Um beijo E um raio de sol. Nos teus cabelos, Como um brilhante. Explode em sete cores Revelando então os sete mil amores Que eu guardei somente pra te dar O poema "Rasgos de (In)sanidade" é uma obra que expressa emoções intensas e complexas. Através de uma linguagem rica em metáforas e imagens poéticas, o poema evoca sent...

Policromo

andrel · Policromo O teu olhar denuncia, o desejo alongado dos poros que vertem magia, fico pensativo e corado. Numa promessa silenciosa, de ilimitadas caricias, desfaço e descubro, atreves, atiças, e a pele eriça. Nossas bocas incendeiam, e em fogo, condimenta, pouco a pouco, colhendo, o néctar que alimenta. Sinto o teu cheiro, boca desejosa, lingua dormente, Lábios que sentem, mordendo, Numa fúria tão envolvente, como a paixão ardente, Cai, descansei no teu ventre. Minhas asas batem em vôo livre quando desço os desfiladeiro do devaneio. Quero que fiques na minha imaginação em castelos de principes, castelos de areia castelo no coração. Nos meus pensamentos mais secretos, fantasias d´outros tempos num mundo encantado, com mágicos, fadas e duendes num cenário imaginado, eu sei bem que me entendes. Vôo livre solto como o vento, toco, sinto e invento. crio uma moldura quente ou fria um sonho repleto de prazer colhido pela fantasia, faço o que bem entender sou [Quase]poeta e ...

Uma mente burlesca

William Bouguereau Invading Cupid´s Realm 1892 Posterior ao encontro mundano e a tua franqueza explícita tivemos uma visão intrínseca do mundo e do ser pioneiro. O corpo, um desígnio da decrépita percepção verbal[*], estranhíssimo à alma gigantesca; uma mente burlesca; resultante do sentimento intemporal. Uma malícia que se esconde na memória; Um sorriso instigante nos lábios da vida; Um reflexo da existência nunca esquecida; O sentido melancólico de glória. Gerúndio do tempo; Da espiral espaço-temporal, Cronologia sem igual Assaltando-nos em tormento. Vai-se a vida, Da nossa alma, querida. É uma vida, vivida e sofrida, do presente ao passado, recordado de bom grado, como um mistério revelado. Senti esse sabor, perdido no tempo. Com um gesto secular (como a sensação de viver um momento durante séculos), vislumbro a noite que há-de vir. Premeditando ou profetizando, sou o que sou e gritarei versos poeticos para suavizar a carícia. Indignados, vivemos neste Fado (sorte, agouro; aquilo qu...