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Mensagens

A mostrar mensagens de 2009

Regresso as origens

Adolphe-William Bouguereau (1825-1905) Nymphs and Saytr 1873 Ah, minha menina, Que vieste assim, tão de repente, Que dominaste por completo. As mais belas coisas me ensinaste, De saudades estou repleto Me provocas, Abres as janelas... E do desgastado passeio cheio de limo, Colho pedaços imperdíveis da infância Onde vimos as sombras dos grandes pinheiros... O cheiro forte das abelhas sorvendo o néctar Como o néctar de Vénus precipitando o mel Sentimento amplificado De passado sagrado...? Ah, minha menina, Velhos dissabores evaporam. Anseios desvanecem Foi como ontem as aventuras, Perfumadas de travessuras. Foi como ontem alma gentil, guardei esta paixão que não dormiu Ah, minha menina, Hoje será o abraço forte, a emoção Poderá ser uma contradição, Ver-te assim menina madura Em corpo de Mulher segura. Dilacerando a saudade Num beijo sem piedade. Sonolento, cantava esta canção e ouvia. O doce relógio da vida E que logo marcaria mais uma volta. Sem retorno O poema "Regresso às origens...

Um sopro afável

Photo: Nicola Ranaldi Do louco cavalgar quedou o sopro afável. A respiração profunda entre o silêncio contagiante, das noites de amor sem tréguas O amor insaciável, aquele excelente. O amor é louco… só louco… No desfilar da sedução, dos tremores, e suores Minh' alma brilha no teu sorriso fenomenal Uma brisa leve como o sopro afável, sem igual. Lembraste do sopro? Das nossas loucuras, sem censuras, a descobrir movimentos mágicos Em posições frenéticas e loucas? De alma e mente perdido na tua boca. Nas noites de amores sem trégua Onde não há lugar para as mágoas Lembraste do sopro? Debaixo dos lençóis, os nossos ruídos Produzindo um acorde maravilhoso O som saindo de nossos lábios sedentos Emitindo palavras de carinhos e malícia? Lembraste do sopro? O arrepio em choques térmicos, que delícia. Das nossas mãos atrevidas, a percorrer nossos corpos, Tocado pelos dedos de um artesão. Arrancando suspiros de arrepios. Que molda sem igual a ardente paixão. É claro que lembras... como poderia...

Rasgos de (In)sanidade

Nicola Ranaldi Das novas vias para velhos caminhos, Como um mergulho no mar da escuridão. Faz do dia o que faria com o meu, com carinho. Abre novos olhos, olhos de aurora, Cristalinos e vivos, Sempre como foram outrora Não chores! Sobrará sempre tempo para ouvir o lento lamento. Porque a vida será uma vítima E a ambição será a inveja! Agora... Faz do dia uma união com a noite, um pacto, Quente, morno e eterno. Sonha... E vem ao meu castelo encantado, Veste-te de medieval, Transparente, transeunte, indignada, coerente e letal. Come lascivamente, Sem tabu, come docilmente. Vem... Estende tua mão. Dá-me o teu desejo. Vem, exorcizar. Dá-me a boca E a rosa louca. Um beijo E um raio de sol. Nos teus cabelos, Como um brilhante. Explode em sete cores Revelando então os sete mil amores Que eu guardei somente pra te dar O poema "Rasgos de (In)sanidade" é uma obra do autor Mestrinho, que expressa emoções intensas e complexas. Através de uma linguagem rica em metáforas e imagens poéticas...

Uma mente burlesca

William Bouguereau Invading Cupid´s Realm 1892 Posterior ao encontro mundano e a tua franqueza explícita tivemos uma visão intrínseca do mundo e do ser pioneiro. O corpo, um desígnio da decrépita percepção verbal[*], estranhíssimo à alma gigantesca; uma mente burlesca; resultante do sentimento intemporal. Uma malícia que se esconde na memória; Um sorriso instigante nos lábios da vida; Um reflexo da existência nunca esquecida; O sentido melancólico de glória. Gerúndio do tempo; Da espiral espaço-temporal, Cronologia sem igual Assaltando-nos em tormento. Vai-se a vida, Da nossa alma, querida. É uma vida, vivida e sofrida, do presente ao passado, recordado de bom grado, como um mistério revelado. Senti esse sabor, perdido no tempo. Com um gesto secular (como a sensação de viver um momento durante séculos), vislumbro a noite que há-de vir. Premeditando ou profetizando, sou o que sou e gritarei versos poeticos para suavizar a carícia. Indignados, vivemos neste Fado (sorte, agouro; aquilo qu...

Há dias em que as nossas almas realmente se amam, mas não se entendem…

Por vezes quero descer à terra, mas no escuro respiro e não percebo, sou como se não fosse, só há sombras que dançam e ruídos em redor. E pergunto por que desço, por que me procuro sem ciência nem método, por que tomo posse da noite, quando é o dia que é nítido e tem cor. Porém, de dia nem tudo é perfeito, há medos que enchem de névoa os olhos. E o desespero alastra como densos laivos de tinta numa tela; tudo escurece e alimentas mágoas e segredos, escondes tudo o que dentro de ti é sincero, num esgar encurtas o horizonte na tua janela. É triste quando o dia se intersecta com a distância, em ímpetos de frequências aparentes e calmas… quando noite e dia se olham e não se compreendem. Mesmo unindo-nos um sentimento em consonância, de facto “Há dias em que as nossas almas realmente se amam, mas não se entendem…” O poema "Há dias em que as nossas almas realmente se amam, mas não se entendem…" explora a complexidade das relações humanas e os sentimentos contraditórios que podem su...